JOÃO PEDRO PITOMBO, DE SALVADOR
Aquele LP antigo de Geraldo Vandré foi para a gaveta. Em tempos de protestos horizontais e sem lideranças, o movimento estudantil organizado contra-ataca e recorre até ao hit carnavalesco “Lepo Lepo” para popularizar a sua mensagem.
No cortejo de comemoração dos 181 anos da Independência da Bahia, na primeira quarta-feira de julho (2) em Salvador, um grupo de cerca de 20 estudantes defendeu a realização de um plebiscito para a reforma política numa paródia da canção da banda baiana Psirico.
A iniciativa foi capitaneada por entidades como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o Levante Popular da Juventude.
Em coro e com direito a dancinha, convocaram a população no ritmo do grudento refrão: “Com os sem-terra / com os sem-teto / venha pra rua que essa luta é nossa / ah, ah, ah, ah pra mudar o Congresso / com plebiscito popular, ah ah ah ah pra mudar o Congresso”
O coro chegou às ruas cinco dias após a presidente Dilma Rousseff voltar a defender, em evento do PT em Salvador, a realização de um plebiscito para instituir uma reforma política no Brasil.
A iniciativa do “Plebiscito Popular” foi encampada por 257 entidades entre sindicatos, entidades estudantis, ONGs e dois partidos políticos: PT e PCdoB.
Em tempo: Geraldo Vandré é quem canta “Pra não dizer que não falei das flores”, música-símbolo dos movimentos estudantis do final dos anos 60 e na década de 1970.