Condenado a 15 anos de prisão pelo envolvimento na morte da modelo Eliza Samudio e pelo sequestro do filho dela, Luiz Henrique Ferreira Romão hoje leva uma vida pacata em Pará de Minas, na região Centro-Oeste de Minas e rejeita o apelido Macarrão. O comparsa do ex-goleiro Bruno Fernandes conquistou, há cerca de um mês, o direito de cumprir o resto da pena em regime aberto.
Romão chegou a ficar sete anos e oito meses detido. Depois de seis anos na Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de BH, ele havia sido transferido para o presídio Pio Canedo, em Pará de Minas, onde passou para o regime semiaberto.
Em entrevista à revista “Época”, publicada nesta terça-feira (24), ele reforçou sua versão sobre o crime. “Eu não matei, eu participei”, diz ele, em vídeo feito pela reportagem.
A revista também relatou o momento em que Romão procurou uma autoescola, em fevereiro do ano passado, para tirar sua primeira habilitação. Em conversa com a gerente do estabelecimento, ele disse que é presidiário e, quando questionado por ela se havia matado alguém, ele respondeu, segundo a reportagem: “Não. Eu levei para matar”.
Hoje, Romão trabalha na Igreja do Evangelho Quadrangular, onde faz limpeza e faz pequenos reparos. Para complementar a renda, ele também lava carros e faz faxina para outras pessoas, além de vender tênis e chinelos. Segundo a reportagem, assim que teve direito ao semiaberto, o pastor fez apelo para que fiéis dessem emprego a Romão. Como a estratégia não funcionou, decidiu ele mesmo contratá-lo.
Crime. Ainda de acordo com a revista, Romão também evitou dar mais detalhes sobre a morte de Eliza. Ele comparou o crime a uma pizza, e disse que diversas pessoas participaram. “Tive a minha parte e estou pagando por ela. Outros tiveram um pedaço maior ou menor, ou só a borda, mas cada um que fale por si”, disse.
Na versão de Romão, ele apenas cumpriu ordem do ex-goleiro Bruno, que teve um filho com Eliza. A modelo cobrava pensão alimentícia do jogador e, por isso, foi assassinada em junho de 2010, de acordo com as investigações. No dia 10 daquele mês, Romão, que era braço direito de Bruno, conta que levou Eliza até um ponto de táxi em Belo Horizonte, onde a entregou a um homem para a morte. O corpo da modelo nunca foi encontrado.