O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no hipercentro de Belo Horizonte (MG), recebe os carros antigos mais cobiçados do mundo entre hoje (21/4) e domingo (23/4). O BH Classic Auto Fest conta com uma exposição de mais de 500 veículos produzidos entre as décadas de 1920 e 1980, além de bares, palco para shows e feiras de peças, miniaturas e antiguidades.
O evento conseguiu reunir modelos de motos, carros e até caminhões históricos de várias nacionalidades, originais e modificados – como hot-rods –, que ocupam praticamente toda a extensão do parque.
“Estou achando o parque pequeno para o tanto de carro que tem”, disse Hélio Alves da Silva, um dos expositores selecionados para o evento, que costuma participar de eventos com seu irmão, Vilmar Leliz Mariz. “Também acho que é uma ótima oportunidade de aproveitar a revitalização do Parque Municipal. Vai ter show, tem comida, e para as crianças, além dos brinquedos, também tem uns carrinhos, réplicas, para elas andarem”, completou ele, que levou uma Aero Willys ano 1967.
Até o momento, o BH Classic Auto Fest recebe um grande volume de público, que é diverso: das várias classes sociais, dos mais novos aos mais velhos, a atração pelos carros é a mesma. É o que conta Rodrigo Oliveira, que foi dar uma olhada nos carros antigos e aproveitou para levar seu filho, João Otto.
“Fiquei sabendo [do evento] por meio de uns colegas de grupos de carros antigos e me programei para vir com meu filho, que já estou colocando no ramo. Ele também gosta muito de carro, como eu, e um evento bacana como esse, que casou com o feriado, é mais uma opção de lazer para a gente”, explicou.
Para alguns, o antigomobilismo também representa um sonho. É o caso de Henrique Mascarenhas, que expõe no evento o Romero Simpson, um Fusca conversível amarelo produzido na Alemanha. Henrique conta que é fascinado por conversíveis desde a adolescência, mas que só foi adquirir um em 2021.
“Há uns 40 anos, quando eu tinha meus 16 anos, vi um vizinho meu chegar com um Fusca conversível amarelo e botei na cabeça que um dia eu também teria um. Pouco tempo atrás, resolvi realizar esse sonho antigo e fui procurar e, para a minha sorte, o Simpson estava à venda. Foi realmente uma sorte, porque ele é muito raro, e eu achei em um momento em que não tive dúvidas. Coincidentemente, ele é mais ou menos do mesmo ano em que vi meu vizinho, Romero, chegar com o fusca, em 1979. Dei o nome dele ao Fusca como forma de homenagem”, conta Henrique.
Os veículos estão organizados em seções pelo Parque Municipal e respeitam categorias como nacionalidade e modelo, mas por se tratar do primeiro dia da primeira edição, o evento ainda está em processo de ajustes.
“Nós estamos ajustando as coisas. Tivemos algumas desistências de última hora, mas faz parte, ainda mais na magnitude que está sendo esse evento. Ainda assim, é uma grande oportunidade de conhecer um pouco mais do mercado de antigomobilismo em Minas Gerais”, conta Hilton Júnior, um dos organizadores do BH Classic Auto Fest e presidente d'Os Antigos Automobile.
A ideia do encontro, segundo Rodolfo Malard, outro membro da organização e presidente da Associação Interclubes de Veículos Antigos (Aiva), é que o evento se consolide como um dos maiores de Minas Gerais e que deixe de lado a ideia de que colecionar carros antigos seja uma atividade elitista.
“A proposta é dar mais espaço para os fãs de antigomobilismo. É um presente para a população, que só via esse tipo de atração em outras cidades. Queremos que seja um evento para BH, e não apenas para os amantes desse universo”, afirma.
“Muita gente pensa que é só para quem quer esbanjar dinheiro, mas não é bem assim. Temos exemplo de um borracheiro que passou dez anos arrumando o próprio carro e está orgulhoso em levar para ser exposto, pela primeira vez, no evento”, complementa.
A expectativa é de que o BH Classic Auto Fest seja um evento bienal. A entrada no evento é gratuita, mas está sujeita à lotação máxima do Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Esse controle será realizado pelo Corpo de Bombeiros.