O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (9) em Florianópolis, como parte de uma investigação sobre suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022, período em que ele comandava a PRF. Silvinei está sendo levado para Brasília.
A prisão ocorreu durante a Operação Constituição Cidadã, que também está realizando 10 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. A Corregedoria-Geral da PRF também participou da operação, determinando a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
Os mandados foram emitidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A investigação gira em torno de possíveis crimes de prevaricação e violência política, conforme o Código Penal Brasileiro, e também de obstrução do processo eleitoral e favorecimento ilegal a um partido ou candidato, de acordo com o Código Eleitoral Brasileiro.
Um dos mandados visa o ex-corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, que anteriormente havia arquivado denúncias relacionadas a operações rodoviárias. Também são alvos de busca o ex-diretor de Operações, Djairlon Moura, e o ex-diretor de Inteligência da PRF, cujo nome ainda não foi divulgado.
Silvinei Vasques, que depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no último dia 20 de junho, negou as acusações de interferência nas eleições presidenciais e rejeitou irregularidades nas operações da PRF. Ele também admitiu enfrentar um processo por improbidade administrativa no Rio de Janeiro.
Durante o segundo turno das eleições, a PRF realizou mais de 500 operações de transporte de eleitores em estradas pelo país, as quais foram suspensas a pedido da Justiça Eleitoral. A operação desta quarta-feira visa esclarecer o suposto uso indevido de recursos públicos para influenciar o processo eleitoral. A PF investiga se membros da PRF direcionaram recursos humanos e materiais para dificultar o deslocamento de eleitores no dia da eleição.
Silvinei Vasques, oriundo de Ivaiporã, Paraná, ingressou na PRF em 1995 e exerceu diversas funções de gerência e comando. Ele também atuou como superintendente nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, bem como Coordenador-Geral de Operações. Nomeado diretor-geral da PRF durante a gestão de Jair Bolsonaro em abril de 2021, Vasques é graduado em várias áreas, incluindo Ciências Econômicas, Direito, Segurança Pública e Administração de Empresas. Em novembro de 2022, ele se tornou réu por improbidade administrativa e, posteriormente, foi aposentado da PRF.