O ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), saiu do Presídio Professor Jacy de Assis na tarde desta quarta-feira (26). Gilmar estava preso desde o dia 20 de setembro, quando foi detido pelo Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado —Gaeco—, durante a operação “Kms de Vantagem”.
Os ex-secretários da Administração, Gercina Santana Novais e Alexandre de Souza Andrade também tiveram os alvarás de soltura expedidos nesta quarta-feira.
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Gilmar Machado estava em uma sala especial reservada para advogados e autoridades no presídio.
A defesa de Gilmar Machado —que também é candidato a deputado federal— impetrou um pedido de habeas corpus, porém, a liminar foi indeferida inicialmente. Contudo, na manhã de ontem, a defesa pediu a reapreciação do recurso e a liberdade de Gilmar foi concedida liminarmente às 18h pelo desembargador Octavio Augusto De Nigris Boccalini.
A OPERAÇÃO
A Polícia Federal (PF) prendeu o ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, na manhã desta quinta-feira (12) durante a Operação “Encilhamento”.
As investigações apuram irregularidades envolvendo a aplicação de recursos de institutos previdenciários em fundos de investimento. Do total das aplicações efetuadas na gestão do petista, cerca de R$ 348,6 milhões estavam alocados em mais de 20 fundos de investimento e, desses, já houve perda total ou parcial dos recursos.
Na cidade, além do ex-prefeito, outras três pessoas foram presas incluindo o ex-superintendente do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia (Ipremu), Marcos Botelho.
As investigações, que contaram com o apoio da Secretaria de Previdência (SPREV), levam em consideração desvios bilionários em diversos municípios. Ao todo são cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão temporária. São investigados 13 fundos de investimento em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.
A apuração começou em Uberlândia e, de acordo com a PF, há a indicação de envolvimento de uma empresa de consultoria contratada pelos institutos de Previdência e elementos que apontam para corrupção de servidores ligados a alguns deles.
No 2º semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões em apenas oito destes fundos. O dinheiro, ainda segundo a PF, seria destinado ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais.
Os investigados vão responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, fraude a licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas que variam de dois a 12 anos de prisão, de acordo com a PF em Uberlândia.