Desde o último sábado (3), três famílias estão praticamente vivendo no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, depois que três jovens morreram em uma troca de tiros com a Polícia Militar em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Devido a um erro durante o reconhecimento de uma das vítimas por parte do pai dela, os parentes não conseguem as liberações dos corpos.
Na tarde do sábado, segundo consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar, a corporação foi informada que cinco homens estavam em uma mata no bairro Monte Sinai armazenando drogas.
Os militares deslocaram até o local e teriam visto dois homens fugindo e três com armas nas mãos. Eles teriam atirado várias vezes contra os policiais, que reagiram.
Foram baleados Richard de Souza Lopes, de 20 anos, Yago Alves de Souza, de 25, e Henrique Gonçalves Leal, de 26. Os corpos foram encaminhados para o IML de BH e os familiares avisados. O pai de Yago saiu da cidade de Pavão, no Vale do Jequitinhonha, e ao chegar na capital, muito nervoso, reconheceu o Richard como sendo filho dele. “O pai do Yago viajou cerca de 12 horas e não podiam ter deixado ele fazer esse reconhecimento sozinho. Deveriam ter aguardado as outras famílias. Agora estamos aqui sem poder fazer nada porque precisamos aguardar o resultado do exame com as digitais dos três. Até quando vamos ter que aguardar?”, questionou a irmão de Richard, Jaqueline Lopes, de 29 anos.
As famílias de Yago e do Richard chegaram a questionar a ação da Polícia Militar dentro da mata, mas conforme a corporação o que ocorreu foi uma troca de tiros iniciada pelos três jovens. Ainda conforme consta no registro da polícia, devido ao local ser de difícil acesso, os pesos das vítimas e a chuva no dia, não foi possível socorrê-los para a viatura, e, por esse motivo, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o trio não resistiu aos ferimentos. Os policiais que participaram da ocorrência estão à disposição da Justiça Militar.
Em relação a liberação dos jovens do IML, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que os corpos deram entrada no instituto sem identificação e, logo depois, ocorreu o desencontro de dados das famílias.
Por esse motivo foi necessário o exame das digitais, sendo que o perito precisa fazer o confronto das informações e assim ocorram as liberações. Ainda conforme a corporação, não há um prazo estipulado para os resultados e esse é um procedimento normal.