Cerca de 300 famílias que haviam ocupado um terreno na região do Barreiro, em Belo Horizonte, na madrugada deste sábado (24), acabaram deixando o local horas depois, na parte da tarde. Segundo um representante do grupo e coordenador do movimento Luta Popular, Lacerda Santos, houve “intimidação” por parte da Polícia Militar (PM), que teria impedido a entrada de água e alimentos.
De acordo com Santos, as famílias ocuparam o terreno, chamado de Comunidade Professor Fábio Alves, por volta das 3h, e, em torno de duas horas depois, a primeira viatura da PM chegou ao local para acompanhar as movimentações. No início da manhã deste sábado, outros militares chegaram e, segundo ele, iniciaram um processo de “intimidação” para as famílias deixarem o terreno, sem ordem judicial.
“Por volta das 13h30, depois de muita pressão, as famílias decidiram ir embora para evitar o pior. Os policiais impediram de entrar água e alimento, e as pessoas não aguentaram ficar, por causa da falta de estrutura”, afirmou Santos. De acordo com o representante, havia mais de 100 policiais militares e guardas municipais na ocupação.
O terreno possui cerca de 40 mil m² e pertence à Prefeitura de Belo Horizonte, segundo Santos. Ele diz que o local está abandonado há mais de 40 anos. “Acabou virando um ponto de lixão, entulhos e práticas de crime, não existe um cuidado com a área”, disse.
Conforme Santos, as famílias retornaram aos locais de origem – muitas estão na rua, vivendo de favor ou a ponto de ser despejadas. Uma representante da prefeitura teria se comprometido a realizar uma reunião sobre o assunto na próxima segunda-feira (26).
A PM informou que não realizou a retirada dos ocupantes. De acordo com o boletim de ocorrência, o número de participantes da ocupação era muito superior ao de policiais.
A prefeitura foi procurada pela reportagem, mas ainda não se posicionou.