A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) distribuiu na tarde deste domingo (23) patos infláveis para os pedestres na Avenida Paulista, que fica fechada para carros aos domingos. A ação ocorreu no mesmo dia em que o presidente da entidade, Paulo Skaf, se reuniu fora da agenda oficial com o presidente Michel Temer, em sua residência em São Paulo.
Os bonecos de plástico são uma alusão à retomada da campanha “Não vou pagar o pato”, que havia sido lançada pela Fiesp em 2015. A ação contrária ao aumento de impostos foi retomada na semana em que o governo federal anunciou o reajuste da contribuição do PIS/Cofins para os combustíveis, uma medida para tentar conter o rombo fiscal.
Semana passada, após o aumento de impostos, Skaf disse que houve um erro de Temer em aprovar o aumento da carga tributária, mas que o governo não vai perder a credibilidade por causa de apenas uma medida.
Reunião
Após criticar duramente a alta de impostos anunciada pelo governo na semana passada, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reuniu neste domingo durante quatro horas com o presidente da República, Michel Temer. Skaf deixou a residência de Temer no Alto de Pinheiros em São Paulo sem falar com a imprensa.
Na última quinta-feira a Fiesp divulgou nota assinada por Skaf afirmando estar “indignada” com a decisão da equipe econômica de aumentar impostos para tentar cumprir a meta fiscal de 2017. O governo elevou o PIS/Cofins sobre os combustíveis e espera arrecadar mais R$ 10 bilhões com a medida. A entidade criticou ainda o aumento de gastos do governo e afirmou que a alta dos tributos não vai resolver a crise, mas agravá-la ainda mais.
Skaf é do PMDB, mesmo partido de Temer. Ele chegou à residência do presidente por volta das 13h30 e saiu às 17h30.
Além de Skaf, Temer recebeu o economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, e seu advogado, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. O advogado defende o presidente das acusações da delação da JBS. Recentemente ele declarou que Temer não cometeu crime e que a denúncia de corrupção passiva da Procuradoria-Geral da República é baseada em suposições.
A agenda de Temer neste domingo não previa compromissos.