
Com participação da consagrada Inês Peixoto, o filme foi dirigido por Dayse Amaral Dias, com montagem de Fernanda Portela e produção de Emanuelle Anne e Thiago Fernandes.
História aborda os desafios enfrentados pela protagonista, Maria Flor, uma enchente devastadora e a doença grave da mãe.
Com uma história que mistura características únicas do sertão mineiro e uma jornada mágica em busca de ovos de vagalume, o filme “A Saga”, produzido em Uberlândia e gravado em Estrela do Sul, ambas no Triângulo Mineiro, foi premiado como Melhor Edição no “Portugal Indie Film Festival”.
O roteiro de Paola Siviero e Thiago Fernandes foi inspirado na peça teatral “A Saga Nossa de Cada Dia Nos Dai Hoje”.
“Gravar esse filme foi uma emoção, pude retornar para as minhas origens, afinal, também sou de Estrela do Sul. Todo o conjunto foi um processo muito bacana, o Thiago me convidou para fazer parte e foi um prazer estar com uma equipe tão comprometida, um verdadeiro tesão”, disse Dayse Amaral.
No entanto, essa não é a primeira vez que a cidade natal de Dayse é cenário para um filme. Em 2020, a história de “Valentina” foi contada pelas ruas e estruturas de Estrela do Sul.
Enchente e Ovos de Vagalumes
A narrativa se ambienta na pequena e histórica Estrela do Sul, guia o espectador pelos desafios enfrentados pela protagonista, Maria Flor, interpretada por Emanuelle Anne. Tudo começa com uma enchente devastadora que atinge a cidade, deixando a mãe de Maria Flor gravemente doente.
A única esperança de cura está em um remédio feito com raros ovos de vagalumes. Determinada, Maria Flor embarca em uma jornada mágica e perigosa, encontrando personagens inusitados como o carroceiro Felizardo (Renato Luciano), que lhe ensina sobre esperança, e o caminhoneiro Zé Firmino (Thiago Fernandes), que carrega consigo histórias de saudade e perda.
A jovem também é guiada pela bondosa Dona Nice (Inês Peixoto), sua madrinha, e enfrenta desafios como o encontro com a enigmática Criatura (Fernando Bruno) e o traiçoeiro Mané Zoim (Lucas Mali).
“O filme é baseado na peça ‘A Saga Nossa de Cada Dia Nos Dai Hoje’ e acabamos invertendo alguns papeis de personagens ao longo da produção. Uma curiosidade é que a proposta era que o filme tivesse um final, mas quando gravamos a cena e fomos para a edição, eu não gostei do resultado. Então, começamos a pensar em alternativas e o resultado foi um final em aberto que eu particularmente amo”, revelou Dayse.
Premiações e Reconhecimento
O Portugal Indie Film Festival oferece uma plataforma para cineastas novos e experientes apresentarem os filmes a públicos locais e internacionais. Ao longo do festival, uma seleção de filmes e criadores são exibidos.
De acordo com a equipe de “A Saga”, o prêmio de Melhor Edição reforça a qualidade técnica do filme, que conta, ainda, com uma equipe talentosa, incluindo Milton de Biase na cenografia, Erick Castanho na trilha sonora e Luciana Buarque na direção de arte.
“Eu fico muito feliz com a premiação, pois é um reconhecimento de um ano de trabalho na produção do filme. Essa obra sintetiza todo o meu percurso até aqui no trabalho com a cultura caipira, e do sonho de trabalhar com o audiovisual”, disse o roteirista, ator e produtor Thiago Fernandes.
Thiago também ressalta que foi buscando a realização de um sonho que teve a ideia de inscrever o projeto na Lei Rouanet.
“Esperamos que esse filme seja uma porta de entrada para mais projetos no audiovisual. Nesse filme tive a certeza que amo trabalhar com audiovisual. Esse filme é sobre sonho. Sonhar em trabalhar com aquilo que eu sempre vi pelas telas da TV. E agora eu estou na tela, telinhas e telonas em breve”, finalizou.
Valentina
E “A Saga” não foi o único filme com Uberlândia e Estrela do Sul como palcos. Em 2020, as duas cidades receberam as gravações de “Valentina”.
As gravações duraram, aproximadamente, seis meses entre as duas cidades mineiras. O longa tem 95 minutos de duração e conta com a participação da atriz Guta Stresser, no papel de mãe da Valentina, interpretada pela atriz e youtuber trans Thiessa Woinbackk.
A produção, dirigida por Cássio Pereira dos Santos, conta a história de uma adolescente trans de 17 anos, que muda para uma pequena cidade mineira com a mãe. Com medo de ser intimidada na nova escola, a garota busca mais privacidade e tenta se matricular com seu novo nome. Mas mãe e filha começam a enfrentar obstáculos quando a escola exige a assinatura do pai ausente para realizar a matrícula.
O longa também foi premiado, porém, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, além de ser exibido em cinemas japoneses.