Allan Kardec trabalha na codificação do "Livro dos Espíritos"

Filme sobre Allan Kardec deve agradar seguidores do espiritismo

Central de Jornalismo
Allan Kardec trabalha na codificação do "Livro dos Espíritos"

O espiritismo ganhou a forma que conhecemos hoje porque o cético professor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, o Allan Kardec, decidiu investigar o fenômeno das “mesas dançantes”, que tomava conta de Paris no século 19. Naquela época, as pessoas se reuniam nos cafés para ver as mesas “flutuarem” e emitirem barulhos que correspondiam às letras do alfabeto.

Essa história é retratada no filme brasileiro “Kardec”, que estreia hoje com direção de Wagner de Assis e Leonardo Medeiros no papel título. Sandra Corveloni interpreta a mulher do espírita, Amélie-Gabrielle Boudet.

O diretor, que é espírita, já fez outros trabalhos com a mesma temática, como os filmes “Nosso Lar” e a “A Menina Índigo”, e o roteiro das novelas “Além do Tempo” e “Espelho da Vida”.

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O filme foi baseado no livro homônimo escrito pelo jornalista brasileiro e biógrafo de Chico Xavier, Marcel Souto Maior. “O desafio foi contar uma história que pudesse ser compreendida por todos os públicos: os espíritas e os não espíritas”, disse Wagner Assis.

Explicando o inexplicável

Allan Kardec trabalha na codificação do"Livro dos Espíritos"
Allan Kardec trabalha na codificação do “Livro dos Espíritos”

O filme mostra como o professor Rivail deixou o ceticismo de lado para criar uma nova religião, transformando-se no meio do caminho em Allan Kardec. As técnicas de investigação científica utilizadas por ele tentaram explicar o inexplicável e deram a eventos sobrenaturais um verniz de algo verdadeiro. Kardec concluiu que os barulhos nas mesas eram causados por espíritos que tentavam conversar com os vivos.

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Mais tarde, ele descobriu que existiam também os médiuns, que eram pessoas com a capacidade de ver e ouvir os espíritos. Foram os espíritos, inclusive, que disseram a Hippolyte Rivail que em vidas passadas ele tinha sido um druída celta com o nome de Allan Kardec. Anos depois, Rivail passaria a utilizar o pseudônimo para assinar seus livros espíritas.

O ator Leonardo Medeiros, que interpretou o personagem principal, espera que o filme apresente Kardec para aqueles que ainda não o conhecem o homem por trás da obra. “Muitos conhecem a obra de Kardec, mas poucos sabem de sua faceta humana, que é bem distante daquele cara sisudo que conhecemos da fotografia”.

Wagner Assis disse que “Kardec” não é um filme espírita e, sim, uma cinebiografia de uma personalidade que é muito importante para a fé dos brasileiros.

Filme espírita

A tática que Kardec criou para provar que estava falando com os espíritos é apresentada no filme como uma prova científica irrefutável. O espírita fazia as mesmas perguntas para três médiuns em três lugares diferentes e ele tinha que receber as mesmas repostas, inclusive para questionamentos difíceis de serem resumidos, como “O que é Deus?”. Desta forma, ele acreditava que as respostas estariam vindo do mesmo lugar.

Depois de lançado, o “Livro dos Espíritos” foi um sucesso editorial em Paris, batendo vários recordes de vendas. O livro, no entanto, foi “condenado à fogueira” na Espanha e queimado em praça pública. Kardec ficou transtornado com a notícia e recorreu até ao imperador Napoleão 3º, que não o ajudou. Mas, uma carta enviada pelos espíritos tranquilizou Kardec ao afirmar que o evento, no fim das contas, seria bom pois traria ainda mais publicidade para o espiritismo.

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O filme também não deixa de fora a importância que a sua mulher, Amélie-Gabrielle Boudet, teve para a sua vida. Ela o ajudou a escrever o “Livro dos Espíritos”, a responder cartas de fiéis e a organizar as pesquisas do além, além de arrumar tempo para também trabalhar como professora particular e pagar as contas da casa.

Mas, como cinema, o filme não é bom. O roteiro é demasiado didático, há vários momentos piegas (como quando um mendigo se suicida), além de uma trilha sonora dramática. Há pontos positivos, como as locações feitas em Paris e a reconstituição de época, com figurinos e cenários convincentes.

Embora o diretor diga que “Kardec” não é um filme espírita, seu público provavelmente será e seu grande mérito é o de contar a história do espírita para quem ainda não o conhece e o de reforçar a sua mitologia entre aqueles que já estudam a sua vida.

Fonte: Uol

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