O italiano Cesare Battisti foi preso por volta das 16h deste sábado (12) em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. As informações foram publicadas pelo jornal Corriere della Sera.
Segundo o periódico, Battisti tinha uma barba falsa e portava um documento brasileiro com o seu nome. Ele ainda usava um par de óculos para se disfarçar. Fontes da Polícia Federal no Brasil também confirmaram a prisão ao Estadão.
O fugitivo estava foragido desde o último dia 14 de dezembro, quando o então presidente Michel Temer assinou sua extradição.
A prisão de Battisti foi decretada pelo ministro Luiz Fux no dia 13 de dezembro do ano passado. Ele foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos 1970. Ele nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política.
Citando fontes do governo italiano, o jornal “La Repubblica” afirma que ainda não está claro se, antes de voltar para a Itália, ele passará pelo Brasil. Fontes não identificadas do Ministério do Interior italiano disseram ao periódico que não descartam que ele volte para a Itália entre este domingo (12) e segunda (13).
Battisti fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.
Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
No passado, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti, e no mês passado a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição.