No ano passado, o ex-jogador de vôlei Giba revelou em sua biografia “Giba Neles”, que teve um fratura no pênis que o impediu de disputar a fase final da Liga Mundial de 2000. Na época ele divulgou para imprensa que desfalcaria a equipe por conta de dores no ombro.
O assunto pode parecer delicado e alguns homens podem ter vergonha de assumir a fratura no pênis, afinal o problema é considerado pouco comum.
O que poucas pessoas devem saber é que, apesar de rara, 80% dos casos registrados ocorrem durante a relação sexual, mas também existem outras causas: queda, masturbação e até mesmo enquanto o homem dorme. Segundo pesquisas, um em cada 175 mil homens sofreram com a fratura ao longo da vida.
De acordo com o urologista Julio Geminiani, a fratura peniana ocorre quando uma força externa é aplicada sobre os corpos cavernosos (estruturas do tecido erétil) durante a ereção. “Quando o pênis fica ereto, qualquer força em excesso que cause curvatura do membro pode gerar sua ruptura”. Isso porque quando o órgão está em ereção, a albugínea (capa protetora) se torna mais fina, deixando o rompimento mais propenso.
Quando ocorre a lesão da albugínea protetora, o sangue infiltra, o que resulta em um hematoma peniano próximo dessa lesão.
Os homens que têm uma vida sexual ativa são mais propícios a terem a lesão. Além disso, os mais atingidos são aqueles entre 27 e 35 anos e que são mais vigorosos durante a penetração e masturbação.
Diagnóstico da fratura no pênis
De acordo com o especialista, o diagnóstico é feito quando o homem relata um estalo audível no pênis, a perda rápida da ereção e o aparecimento de hematomas que são observados com exame físico. “Em casos mais graves, podemos também observar sangramento pela uretra, que é sugestivo de lesão uretral (canal da urina)”. É importante saber que nem todas as fraturas têm esse quadro. É sempre importante fazer exames complementares.
Tratamento
Se o diagnóstico for confirmado, o homem é levado para exploração cirúrgica da lesão e reparo da ruptura. “Os pacientes chegam, em média, cinco horas depois do trauma e a cirurgia deve ser realizada dentro das oito primeiras horas depois da lesão”, conta Julio.
O urologista ainda conta que se o homem foi tratado de forma correta, os riscos de desenvolver uma disfunção erétil são muito pequenos. Caso contrário, há chances do paciente ficar com alguma sequela que comprometa a ereção.
Julio finaliza explicando que, depois do tratamento, o homem deve esperar pelo menos 60 dias para voltar a ter relações sexuais por conta da cicatrização. “Quando o pênis está ereto, há uma pressão interna de sangue muito grande, o que pode ocasionar a ruptura dessa capa mais uma vez, caso a cicatrização não seja bem feita”, finaliza.
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