Engenheiro agrônomo e funcionário público são as credenciais no currículo do proprietário de um laboratório para produção de maconha na área rural de Ubá, na Zona da Mata. Alvo de denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ele é apontado como foragido da justiça após uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com a Polícia Militar (PM) para recolhimento dos pés de maconha no imóvel alugado, que é ligado ao servidor, e de materiais por ele usados para produção e conservação da droga.
Investigação iniciada pela promotoria do Gaeco indicou que o funcionário respondia por uma sofisticada produção em larga escala da substância – classificada como “altamente profissional” pelo MP. Um sistema de irrigação e iluminação com lâmpadas próprias era usado para cultivo dos pés de maconha, e o traficante possuía também na residência um centro para conservação da erva com dois aparelhos de ar condicionado instalados. Duzentos pés foram recolhidos pelos militares com a operação, bem como plantas umedecidas e secas e sementes. A perícia constatou que se tratava da matéria-prima para beneficiamento da substância ilícita.
De acordo com o promotor Breno Costa da Silva Coelho, há indícios de que o suspeito, engenheiro agrônomo, se valia de seus conhecimentos para produzir a droga em larga escala. Ele não foi detido por não se encontrar no endereço no dia da operação, e é considerado foragido da justiça. O Ministério Público o denunciou por tráfico de drogas e pela posse irregular de munições de arma de fogo. O órgão também representou pela perda do cargo público do servidor, que atua na área ambiental, e pela decretação de sua prisão preventiva.