O governador de Goiás, Marconi Perillo, abriu mão de sua candidatura a presidente do PSDB em nome da unidade do partido em torno de Geraldo Alckmin.
O gesto ocorre após anúncio da decisão do senador cearense Tasso Jereissati, que retirou a candidatura para abrir caminho para Alckmin assumir o PSDB no ano eleitoral.
“Seria incoerente da minha parte, seria ilógico se, depois de pregar a unidade o tempo inteiro, não tivesse disposição de colaborar na busca do consenso”, disse Perillo à Folha.
O governador paulista é o favorito entre tucanos para disputar a Presidência da República.
Na tarde desta segunda-feira (27), tucanos se reúnem para acertar o formato da composição da Executiva nacional do PSDB.
Na disputa com Tasso, Perillo saiu na frente na conquista de delegados e por isso deverá negociar uma saída que contemple o favoritismo de seu grupo dentro do PSDB.
O governador goiano é próximo do senador Aécio Neves (MG), afastado da presidência do PSDB desde a eclosão do escândalo da JBS, em maio.
Alckmin receberá no Palácio dos Bandeirantes Tasso e Perillo, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também articula a sucessão de Aécio.
O presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, lembrou que na convenção do partido, marcada para 9 de dezembro, outros nomes poderão postular a presidência partidária. “Nada faz crer que haverá, mas nada impede. O diretório é soberano”, afirmou.
“Dessa reunião [jantar no Bandeirantes], sai um acordo, não sai o presidente.”
COSTURA
O encaminhamento do acordo teve início na quinta-feira (23), quando Tasso disse a Alckmin que se retiraria da disputa em seu favor. O governador paulista, então, consultou Perillo, que, igualmente, assentiu.
O goiano veio a São Paulo no domingo (26), a convite do ministro Gilberto Kassab (Comunicações), presidente nacional do PSD, para um jantar com o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
O grupo de Perillo advoga que o PSDB precisa se abrir para coligações e impedir o isolamento da possível candidatura de Alckmin à Presidência.
Alckmin o convidou para passar no Palácio dos Bandeirantes, onde se reuniram das 17h às 19h. Perillo disse que consultaria o seu grupo de apoio, mas que seria natural apoiar o pleito do governador paulista. E sugeriu que se encontrassem todos “oficialmente” no dia seguinte.
No entorno do goiano, comemora-se que ao menos foi possível barrar a reeleição de Tasso no PSDB. Para o seu grupo, o senador cearense usava a caneta para se fortalecer internamente e adotou tom “belicoso” na disputa.
Até anunciar que estava fora da disputa, Tasso sofreu derrotas internas. Primeiro, foi contrário à formação de chapa única para eleger o diretório nacional.
Depois, relutou contra uma distribuição proporcional de cargos da Executiva entre vencedor e perdedor. Acabou cedendo.