A partir do dia 11 de novembro deste ano, as novas regras trabalhistas aprovadas em julho entram em vigor. Nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou, em entrevista à EBC que, com a nova legislação, seis milhões de empregos devem ser gerados em todo o país.
A duas semanas da vigência da reforma trabalhista, cerca de 13 milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil, segundo o IBGE. Na avaliação do superintendente de pesquisa econômica do banco Itaú, Fernando Gonçalves, a reforma vem no momento certo. Para o especialista, é natural que haja modificações no sistema, principalmente quando os indicadores não são favoráveis.
“A gente viu que países que fazem reforma trabalhista, em geral, a fazem em momentos em que a taxa de desemprego está muito próxima do nível mais alto. Acho que isso é natural. As pessoas enxergam uma possibilidade de redução de taxa de desemprego por uma maior flexibilização do mercado de trabalho. Por isso é que tende a ocorrer a reforma trabalhista em momentos em que a taxa de desemprego é elevada.”
Alguns estados brasileiros mantiveram uma boa taxa de empregabilidade ao longo do ano. Em São Paulo, por exemplo, entre fevereiro e agosto de 2017, foram gerados mais 2,6 milhões de empregos formais. O resultado representa cerca de 30% dos postos de trabalho com carteira assinada abetos em todo o país, nesse período. As informações são do Cadastro Geral de Empregado e Desempregado, o Caged.
De acordo com o deputado do PV paulista, Evandro Gussi, os bons números podem ter se dado com a simples aprovação da matéria pelo congresso Nacional. E, segundo o parlamentar, com a vigência das novas regras, todo o país pode ser beneficiado com a geração de empregos.
“O que nós temos no fundo com a reforma trabalhista é uma maior possibilidade de empregos no Brasil. E o que nós conseguimos com esse destravamento é, com certeza, melhorar a relação de emprego entre o trabalhador e a empresa e principalmente melhorar a situação de emprego.”
Entre outras coisas, a nova lei trabalhista prevê o parcelamento das férias em até três vezes e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical.
Reportagem, Marquezan Araújo