A Prefeitura de Sacramento, cidade que fica a 480 km de Belo Horizonte, abriu investigação para investigar o que teria acontecido com uma mulher grávida que morreu na semana passada após ser transportada até o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba.
Kamily Priscila Fernandes de Oliveira, de 20 anos, estava grávida e morreu após ser transportada em uma ambulância da prefeitura até o hospital. A jovem foi transferida da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento para o HC-UFTM no dia 10 de janeiro após um quadro de hipertensão e crises convulsivas.
O bebê de Kamily sobreviveu.
O Hospital afirmou ao g1 que a paciente foi recebida na unidade naquele dia com “eclâmpsia e traumatismo craniano”.
O HC-UFTM confirmou ao portal g1 na última quarta-feira (18.jan.23) que a jovem grávida Kamily Pricila Fernandes de Oliveira, chegou à unidade com traumatismo craniano.
Os prontuários dos pacientes não registram circunstâncias pregressas às internações, como detalhes sobre incidentes que possam ter causado ferimentos. Como amplamente noticiado pela imprensa, trata-se de ocorrência envolvendo o transporte providenciado pelo município de origem, não havendo qualquer relação entre o hospital e o acidente”, completa a nota.
SMS de Sacramento disse que é um equívoco atribuir a morte à queda do monitor
Mais cedo, a Secretaria de Saúde de Sacramento, cidade responsável pela ambulância, havia declarado que atribuir a morte da jovem apenas à queda do equipamento era um “equívoco”.
“Até o presente momento, sem análise de exames de imagem e laboratoriais realizados no Hospital de Clínicas da UFTM, não é possível avaliar até que ponto o acidente ocorrido durante o transporte teve influência sobre o desfecho final” , informou a nota assinada pelo médico auditor Marcelo Sivieri, designado pela Prefeitura para acompanhar o processo.
Investigação da morte de Kamily
Também nesta quarta, a Polícia Civil confirmou, em nota, que foi acionada pelo pai da jovem na sexta-feira (13), que registrou a ocorrência em uma delegacia de Uberaba. Esclareceu, ainda, que instaurou inquérito para apurar o caso e solicitou o laudo para apontar a causa da morte de Kamily.
Médico dá versões diferentes sobre a queda do monitor cardíaco
Em entrevista ao portal g1 na última segunda-feira (16), Marcelo Sivieri disse que o monitor caiu na cabeça de Kamily depois que o motorista precisou fazer uma manobra brusca. “O equipamento é preso com um velcro, que se soltou com a manobra”. Já na nota de esclarecimento enviada nesta quarta (18), o médico atribuiu também à paciente a responsabilidade pela queda do aparelho.
“Em um cenário de agitação motora da paciente, bem como manobras realizadas pela ambulância na saída da cidade de Sacramento, ocorreu desprendimento de um monitor cardíaco de seu suporte, com queda sobre a paciente”.
Pai afirma que não foi informado da queda do monitor
Ainda na segunda-feira (16.jan.23), o pai de Kamily, Marcelo Antônio de Oliveira, declarou também ao g1 que a filha foi vítima de negligência. Marcelo disse que aguardou várias horas no HC-UFTM até ser informado por uma médica que o prontuário apontava que a jovem havia sido atingida por um objeto na cabeça.
“Eles erraram, e precisam responder pelo erro”, declarou.