Os 853 municípios mineiros foram orientados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na tarde desta quarta-feira (12.maio.2021), a suspender a vacinação contra a Covid-19 nas grávidas sem comorbidades. A partir de agora, somente as gestantes com doenças preexistentes devem ser imunizadas no Estado. E, mesmo assim, apenas com a Pfizer ou a Coronavac.
Vale lembrar que por exigir refrigeração especial, todas as doses da Pfizer que chegaram em Minas foram destinadas para Belo Horizonte. Já a Coronavac está escassa em todo o território brasileiro, inclusive com atraso para aplicação da segunda dose em idosos.
Na capital, por determinação da prefeitura, a suspensão da vacinação nas grávidas sem comorbidades já está em vigor desde as primeiras horas desta quarta. No município, a imunização das gestantes doentes prossegue com doses da Pfizer.
Interrupção
A indicação para interromper a vacinação das grávidas saudáveis foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde, que investigam se o imunizante da Astrazeneca provocou a morte de uma gestante no Rio de Janeiro. Enquanto o caso não é esclarecido, o governo federal adotou cautela máxima.
“Vamos acompanhar todas as gestantes que foram imunizadas, como já estamos fazendo, independente do tipo de agente imunizante, para verificar se há algum tipo de evento adverso. Todo programa de imunização é coordenado por uma equipe técnica capacitada”, disse nesta tarde o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Em Minas, não há relatos de grávidas com complicações graves após a imunização contra a Covid. “É importante ressaltar que até o momento não foram informados registros de eventos adversos com grávidas imunizadas com doses da vacina AstraZeneca no Estado”, garantiu a SES.
Em nota, a pasta reforçou que a vacinação das gestantes e das mulheres com até 45 dias de pós parto com comorbidades prossegue. “Já a vacinação de gestantes e puérperas com comorbidades deve prosseguir com as demais vacinas em uso no país — dos laboratórios Sinovac/Butantan e Pfizer, visto que os benefícios da vacinação neste grupo são altamente favoráveis”, informou.
Para a vacinação de gestantes e puérperas com comorbidades, a mulher precisa comprovar a condição de risco por meio de exames, receitas, relatório médico e prescrição médica.
Liberação
No final de abril, o Programa Nacional de Vacinação (PNI) decidiu que grávidas e puérperas deveriam ser vacinadas devido ao cenário epidemiológico com elevada circulação do coronavírus e aumento de óbitos materno pela Covid-19. A conclusão do grupo de técnicos e especialistas foi de que o risco era menor do que o benefício. “A decisão de imunização foi baseada em critérios exclusivamente técnicos de amplo respaldo internacional”, afirmou o ministro Queiroga.
Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana disse que, no Brasil, pelo menos 22 mil mulheres grávidas já foram imunizadas.