Cerca de 70 pessoas protestaram em Uberaba mesmo debaixo de chuva no início da noite desta quarta-feira (18) para protestar pela morte da jovem Izabella Giavenchio, de 22 anos, e dos filhos gêmeos dela. Familiares, amigos e pessoas comovidas com o crime se uniformizaram, ergueram balões pretos e brancos e pediram por Justiça. Em luto, os pais de Izabella não compareceram à manifestação. Na quinta-feira (19) será realizada a missa de sétimo dia, a partor das 19h, na Igreja de Santo Expedito, no Bairro Manoel Mendes.
Izabella e os filhos foram mortos na quinta-feira (12). A Polícia Civil trabalha com a suspeita de que o suposto pai das crianças, o comerciante Matusalém Ferreira Júnior, de 48 anos, se uniu a um homem de 37 anos para premeditar o triplo homicídio. Acredita-se que o motivo seja a possível paternidade dos gêmeos.
Após Matusalém Ferreira Júnior ter confessado o envolvimento no crime, ele foi preso e permanece em detenção provisória na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba. Já o suspeito de efetuar os disparos que matou as crianças e a jovem continua foragido e as buscas na região continuam.
De acordo com a delegada Carla Bueno, a investigação do suposto pai das crianças será concluída em 30 dias e encaminhada para a Justiça. Ainda conforme ela, o suspeito da autoria do crime, que está desaparecido, tem passagens por tráfico de drogas e tentativa de homicídio.
Entenda o caso
A jovem de Uberaba foi encontrada morta com um ferimento na cabeça às margens da Rodovia José Schavotelo, perto de um trevo de acesso à Rodovia Anhanguera, na noite da última quinta-feira (12).
Izabella chegou a ser enterrada sem que fosse reconhecida, mas uma equipe de investigação em Uberaba, ao saber da localização do corpo, solicitou fotos da vítima e com ajuda do pai da vítima confirmou que se tratava da jovem. O corpo foi enterrado no domingo (15) no cemitério Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em Uberaba.
Em áudio disponibilizado para a polícia por familiares, Izabella contou para uma amiga que iria encontrar o homem
de 48 anos, que ainda não tinha reconhecido a paternidade dos gêmeos. Já uma câmera nas imediações do Parque Fernando Costa, em Uberaba, flagrou o momento em que um indivíduo entrou no carro do principal suspeito, onde já estavam Izabella e os bebês.
O homem apresentou-se à Polícia Civil e prestou depoimento na tarde desta terça-feira (17) em Uberaba. Segundo a delegada Carla Bueno, a prisão temporária do suspeito já havia sido decretada pela Justiça. Ele foi ouvido na sede 5ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp). Depois de ser ouvido, o suspeito levou os agentes a uma estrada de terra em Buritizal (SP), onde os corpos dos gêmeos foram encontrados. As evidências foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML). No local, também foi apreendido um revólver, que segundo o delegado regional Francisco Gouveia estava com cinco projéteis usados e provavelmente foi a arma do crime.
Protesto em busca de Justiça
Primo da vítima, Marcos Vinícius Marquez Souza, afirmou que a dor não cessa entre os familiares. Entretanto, ele acredita que a união e força popular tem papel fundamental para a resolução do triplo homicídio. “Esperamos que continue repercutindo esse crime, pois as autoridades só agilizaram o trabalho por causa dessa repercussão. Queremos que encontrem o outro suspeito rapidamente e a família quer Justiça. Tem sido uma mistura de sentimentos que não tem como explicar, é uma dor monstruosa. A ficha da família não caiu. Perder uma menina de 22 anos e dois bebês deixou a gente destruído”, lamentou.
Prima da vítima, Camila Costa se encarregou da confecção de camisetas com a foto dos três. Segundo ela, o fato carece que repercussão para que a Justiça realmente seja feita. “Resolvemos fazer as camisetas para mostrar que queremos Justiça e que o país inteiro veja a maldade que ele fez com a Izabella e os bebês. Está muito difícil para meus tios, a dor de todos é grande, mas vamos superar. Não vamos deixar isso ficar impune”, comentou.
A cabelereira Lourrayne Beatriz é mãe de uma criança de dois anos e se comoveu com o crime. A revolta deu forma a uma página em rede social, onde são postadas notícias e fotos sobre o caso. “Achei muita covardia e crueldade com a Izabella e as crianças. Tudo poderia ser resolvido em uma conversa. Pensar nisso me comoveu e eu criei a página para que haja Justiça”, disse.