Infantil, no entanto, criminosa. É desta forma que pode ser vista a ação de um servidor público do Ministério da Saúde que alterou criminosamente os dados cadastrais de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no registro no Sistema Único de Saúde (SUS). Igualmente atacados, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e a ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB), também já tiveram seus registros no SUS alterados, distorcendo informações e acrescentando xingamentos.
As informações foram publicadas pelo colunista do Uol, Leonardo Sakamoto.
A alteração no cadastro do SUS de Guilherme Boulos foi identificado na última segunda-feira (19.jul.2021). O nome de seu pai, o médico infectologista Marcos Boulos, foi trocado pelo do ator pornô “Kid Bengala”, e imagens de Boulos em protestos foram colocadas como fotografias de identificação.
“Não é um caso isolado. É um absurdo que tenha ocorrido alteração de dados de cadastro do SUS de lideranças de oposição”, disse Boulos em comunicado.
Ainda segundo Sakamoto, mais tarde, o Ministério da Saúde reconheceu que a alteração ilegal dos dados pessoais de Boulos foi feita por “uma pessoa credenciada para utilizar o sistema” e não por um hacker.
“O Ministério da Saúde informa que verificou uma alteração na base do CNS realizada por uma pessoa credenciada para utilizar o sistema de cadastro de dados. Cabe esclarecer que já foi solicitado o bloqueio da credencial usada nestas ações”, disse a pasta em nota.
Boulos disse que não basta o governo reconhecer que a alteração foi feita, “eles precisam dizer quem é essa pessoa credenciada e o que será feito com relação a ela. Ou um servidor público poderá continuar alterando o cadastro de lideranças da oposição?”.
Gleisi Hoffmann teve cadastro baixado por óbito
Gleisi tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em 25 de junho, em um posto no Lago Sul. Segundo a assessoria da parlamentar, na segunda-feira (12), ela foi informada por um servidor que deveria corrigir a informação no cadastro antes de tomar a segunda dose, prevista, a princípio, para setembro.