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Hamilton Mourão sai em defesa de terroristas buscando capitanear extrema-direita

Na última terça-feira (10.jan.23), o senador eleito pelo RS saiu em defesa dos terroristas bolsonaristas que destruíram os Três Poderes no dia 08 de janeiro. Mourão foi vice-presidente decorativo de Jair Bolsonaro, e nunca participou dos temas centrais do ex-governo. Diante de uma extrema-direita desorientada, busca capitanear a seita bolsonarista.

Central de Jornalismo

Mourão foi vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro, entretanto, sempre foi desprezado pelos bolsonaristas raízes

O material abaixo pode conter a opinião do jornalista

Paulo Braga

Buscando capitanear o bolsonarismo órfão de uma liderança forte, Hamilton Mourão (PL), que foi vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), saiu em defesa dos terroristas que destruíram os Três Poderes no último domingo (08.jan.23).

Os criminosos tomaram a praça dos Três Poderes, invadiram o Congresso Nacional, o Superior Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Os terroristas destruíram parte da estrutura física, obras de arte de valor inestimável, roubaram HDs e armas, defecaram e urinaram em vários pontos dos locais invadidos.

Hamilton Mourão disse que os mais de 1,2 mil detidos estão “confinados em condições precárias” na sede da PF e que o novo governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “age de forma amadora, desumana e ilegal”.

Cabe ressaltar que precárias são as condições do Palácio do Planalto, do Senado, da Câmara e STF. Mourão, que tenta ascender ao posto máximo de líder dos adoradores do pneu, e que invocam extraterrestres para uma intervenção intergaláctica, está desconectado da realidade, ou usa da sua mais profunda má fé.

Mourão não teve a grandeza de perceber a pequenez da ideologia bolsonarista, muito menos, a sua própria. 

Após a repercussão dos ataques terroristas, o Brasil se tornou capa dos principais jornais do mundo. Lideranças mundiais condenaram a tentativa de tomar o poder de assalto. Até a China e a Rússia, governos autoritários, criticaram os ataques promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Jair Bolsonaro, que se refugiou nos Estados Unidos, usou o Twitter para “condenar” de forma ambígua os atos. 

Há exatos dois anos e dois dias, o capitólio dos Estados Unidos era invadido por apoiadores fanáticos de Donald Trump, derrotado nas urnas. Na ocasião, de forma ignóbil, Bolsonaro avisou que algo semelhante poderia ocorrer no Brasil, caso a eleição não fosse dentro das quatro linhas — uma alusão desprovida do futebol que sempre utiliza.

Biden sofre pressão para expulsar Bolsonaro dos Estados Unidos. Até a Itália, que elegeu um governo de extrema-direita, condena os ataques e é pressionada a não receber Jair Bolsonaro.

Ataque à cultura e reverência à insanidade

O quadro de Di Cavalcanti — rasgado durante o ataque de insanidade e ódio ao Palácio do Planalto— vale muito mais que a junção de todos os terroristas bolsonaristas.

O ataque à cultura, às artes, aos livros, ao patrimônio e à decência parecem ter saído da cartilha da demência intelectual.

A intolerância religiosa se alia à beocidade dos seguidores da seita bolsonarista rezando frente a um muro, cantando o Hino Nacional a um pneu, ou invocando extraterrestres por meio de sinais.

A mesma intolerância é alimentada pelos vigaristas da fé, que saqueiam os bolsos e a dignidade de suas fiéis ovelhas — negras.

Queda vertiginosa na popularidade de Bolsonaro 

Bolsonaro registrou na segunda-feira (09.jan.23) a marca de 21 pontos no indicador de popularidade — que varia de 0 a 100 e é calculado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest.

Um dia antes dos atos terroristas, o ex-presidente marcava 40 pontos. O saldo dos atos de terrorismo na capital federal foi, portanto, negativo para capitão extremista.

Em contraste a Bolsonaro, o presidente Lula tende a atingir níveis elevados de popularidade ao enfrentar o terrorismo da extrema-direita. 

Instituições em funcionamento

O Estado Democrático de Direito, mesmo tendo suas bases solapadas diariamente durante o governo desastroso de Jair Bolsonaro, prevalece. 

O bolsonarista Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Torres foi nomeado secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) pelo governador Ibaneis Rocha — também bolsonarista.

Uma intervenção na segurança do DF foi decretada, e o governador Ibaneis foi afastado por 90 dias. Antes do afastamento, Ibaneis demitiu Anderson Torres e gravou um vídeo, de forma humilde, pedindo desculpas ao presidente Lula pelo ocorrido.

O interventor da segurança do DF, Ricardo Capelli, disse em entrevista à rádio Gaúcha, que houve sabotagem do secretário Anderson Torres. Cabe ressaltar que Torres assumiu a secretaria de Segurança do DF no dia 01 de janeiro, e viajou de férias poucos dias depois.

A democracia brasileira segue como regente dos direitos dos brasileiros de bem

O terrorismo ensaiado e pré-anunciado há anos se concretizou, no entanto, o autoritarismo perdeu a batalha mais uma vez.

Os atos de insanidade dos jihadistas bolsonaristas acabaram por fortalecer seus maiores antagonistas — o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula.

Enquanto os articuladores do desventurado golpe se refugiam nos Estados Unidos, os brasileiros utilizados como gado de manobra, no pasto do multiverso, estão sendo presos.

Os prédios foram depredados, no entanto, a democracia brasileira ainda está de pé.

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