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História do cantor Paulo Sérgio

Central de Jornalismo

O jornal Tudo Em Dia apresenta a história do cantor Paulo Sérgio — um dos maiores artistas da música brasileira. Filho do alfaiate Carlos Beath de Macedo e de Hilda Paula, Paulo Sérgio Macedo nasceu no município de Alegre, no Espírito Santo, em 10 de março de 1944.

Assista à história do Cantor Paulo Sérgio contada pelo Tudo Em Dia:

Ainda criança, participou de um concurso de calouros e fazia pequenas apresentações na cidade. 

1968

Em 1968, o cantor Paulo Sérgio lançou seu primeiro grande sucesso — Última Canção. O disco foi um sucesso de vendas em todo o país.

Durante toda a sua carreira, muito curta, por sinal, gravou 13 discos e algumas coletâneas, chegando ao impressionante número de 10 milhões de cópias vendidas em todo o Brasil.

Teve uma carreira meteórica, apesar de ser considerado um imitador de Roberto Carlos. Este fato aborrecia Paulo Sérgio. O rei Roberto Carlos chegou a lançar um disco com o título — O inimitável. 

1972

Em 1972, o cantor se casou em segredo com Raquel Telles Eugênio, filha de ricos fazendeiros da pequena cidade de Castilho, interior de São Paulo

1974

Em 1974, nasceu seu filho Rodrigo. Um ano depois, Paulo Sérgio gravou um dos seus mais conhecidos sucessos — Quero Ver Você Feliz. A princípio, a música foi uma homenagem ao filho recém-nascido. Foi pai de Rodrigo Telles Eugenio Macedo, Jaqueline Lira de Macedo, Paula Mara de Macedo.

1977

Em 1977, a música — Eu Te Amo Eu Te Venero— consolidou o artista, que chegou, por conseguinte, a ser cogitado como sucessor de Roberto Carlos.

1980

Em 27 de julho de 1980, o cantor se apresentou no programa Clube do Bolinha, na Tv Bandeirantes. Logo após a apresentação, já na saída, foi xingado e hostilizado por uma mulher que se dizia fã. O cantor, que tinha outras duas apresentações no mesmo dia, tentou ignorar a mulher, no entanto, ela atirou uma pedra em seu Camaro de cor branca. Paulo Sérgio, por conseguinte, ficou irritado e chegou a correr atrás da mulher. Neste mesmo dia, posteriormente, queixou-se de dores fortes na cabeça, mas não foi ao médico e seguiu para suas apresentações. 

No segundo show, após cantar a quinta canção, inegavelmente abatido, o cantor Paulo Sérgio pediu desculpas ao público, e retirou-se do palco. Antes, prometeu terminar a apresentação em uma outra ocasião — promessa que nunca seria cumprida.

O cantor Paulo Sérgio teve uma morte prematura, aos 36 anos, em decorrência de um derrame cerebral às 20h30 do dia 29 de julho de 1980. Seu corpo foi sepultado no cemitério do Caju no Rio de Janeiro a pedido de seus pais.

Roberto Carlos não pôde comparecer, mas enviou uma enorme coroa de flores com os seguintes dizeres: “Meu coração está em luto pois morreu meu grande ídolo”.

Paulo Sérgio nunca conheceu o fracasso

Paulo Sérgio foi um artista que nunca conheceu o fracasso. É assim que o jornalista, historiador e autor de Eu não sou cachorro, não e Roberto Carlos em detalhes, Paulo César de Araújo, define seu xará.

Paulo Sérgio de Macedo foi um dos precursores de um estilo de balada romântica, mais tarde chamado de brega, que influenciou toda uma geração de cantores e compositores populares surgidos a partir de 1968, como Odair José, Fernando Mendes e Fredson, entre outros.

O pesquisador lembra que, embora se credite diretamente ao trabalho de Roberto Carlos a existência dos artistas chamados de cafonas, houve forte influência de Paulo Sérgio nesse processo.

“Dessa geração dos anos 1970, a geração AI-5, ele é um dos mais representativos. Foi ele quem retrabalhou a fórmula da balada romântica e abriu as portas do mercado discográfico para uma nova geração de cantores populares, que começava a carreira num momento em que o ciclo da Jovem Guarda chegava ao fim, os tropicalistas estavam no exílio e o próprio Roberto estava num processo de transição. Paulo facilitou o sucesso de toda uma turma que surgia”, constata.

A disputa com o rei

Outro ponto destacado pelo historiados eram as comparações entre Paulo Sérgio e seu conterrâneo capixaba Roberto Carlos — como já destacamos. Com timbres parecidos e, para alguns, fisicamente semelhantes, a mídia da época fez questão de apimentar a disputa.

O historiador, relembra, que quando surgiu, Paulo imitava seu grande ídolo, Altemar Dutra, entretanto, quando gravou o primeiro disco, em 1968, já foi no estilo do Rei.

“O Roberto era a grande referência da música jovem na época. E era meio natural que quem despontasse fosse influenciado. O primeiro disco do Paulo foi na linha do Roberto e muitos o apontavam como o novo Rei. Até o Chacrinha afirmou isso”, lembra. E a própria gravadora de RC explorou a polêmica quando lançou, no mesmo ano, o LP O inimitável. “Paulo sempre disse que essa ‘imitação’ era algo natural, que não era forçada. Eles tinham vozes parecidas. Mas ele ganhou autonomia, seguiu fazendo sucesso, mas não superou o Roberto”, opina.

Homenagens ao cantor Paulo Sérgio

No final da década de 80, Paulo Sérgio foi homenageado através do histórico LP: Paulo Sérgio & Amigos, um lançamento especial da gravadora Copacabana em parceria com o SBT. No disco póstumo, foram feitas junções das vozes de Paulo Sérgio com os maiores expoentes da MPB na época, como: Antônio Marcos, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Perla, Chitãozinho & Xororó, Ângelo Máximo, Jair Rodrigues, entre outros a emocionante participação do próprio filho de Paulo Sérgio então com 12 anos, cantando a música: Quero ver você feliz (Meu filho). Foram feitas modificações na letra original pelo compositor Carlos Roberto para que pai e filho pudessem cantar juntos.

O disco foi um projeto audacioso e inédito no mundo inteiro, vendendo mais de dois milhões de cópias e ganhou vários discos de ouro e de platina. Na época, o LP foi feito exclusivamente para ajudar Rodrigo que passava por problemas financeiros e todos os artistas participantes cederam seus direitos a criança.

O filho Rodrigo, que era mágico profissional, morreu em 2016, aos 42 anos, vítima de esclerose múltipla.

Paulo Sérgio foi um artista que encantou multidões e tem fãs até os dias atuais. Esta é mais uma história que merece ser contada pelo Tudo Em Dia.

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Cantor Paulo Sérgio | Foto: Montagem/Tudo Em Dia

Fonte

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