Diogo Machado – Jornalista
A Polícia Civil (PC) em Uberlândia apresentou, nesta quinta-feira (19), o homem, de 30 anos, preso por suspeita de distribuir explosivos e de estar ligado aos crimes de explosão de caixas eletrônicos na cidade. Essa informação e a participação de outras pessoas na fabricação desses materiais estão sendo investigadas em sigilo por uma força-tarefa composta pelas polícias Civil, Militar e Federal em Uberlândia.
O delegado do 8º distrito policial, André Corazza, informou que, depois de vários levantamentos sobre o suspeito, ele foi localizado na avenida Atlântica, bairro Roosevelt, zona norte de Uberlândia, com uma sacola. Dentro dela, estavam os explosivos caseiros. No momento em que foi pego, ele estaria indo ao local onde encontraria os compradores do material, que, em geral, eram desconhecidos dele. “Ele recebia pelo trabalho drogas que ele mesmo consumia.”
Eder Ramos da Silva, de 30 anos, confessou aos policiais civis que fazia a distribuição do artefato, mas, à imprensa, ele disse que era dono do material. Segundo Corazza, o suspeito tem colaborado e teria mencionado outros suspeitos para os quais teria entregado explosivos. “Trabalhamos com a ideia de que uma quadrilha especializada na fabricação por encomenda e distribuição desses artefatos aqui também faz a distribuição na região.”
A investigação que levou à prisão desse suspeito começou antes do carnaval. Ele foi preso em 2007 com um fuzil 762 de uso restrito. “Optamos por prendê-lo a caminho da entrega para que não corrêssemos o risco de ela ser efetivada e houvesse margem para outra explosão de caixas. Silva disse que estava com esse material há uma semana”, disse Corazza. O material foi entregue ao esquadrão antibomba do Grupo de Ação Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM) e o suspeito foi preso e encaminhado ao presídio Professor Jacy de Assis.
Artefato apreendido tem características maiores
Segundo o delegado André Corazza, que investiga Eder Silva como suspeito de distribuir artefatos explosivos em Uberlândia, o material apreendido com ele na noite desta quarta-feira (19), durante sua prisão, tem características que o tornam mais perigoso. O explosivo, com cerca de 30 cm de comprimento e 10 cm de altura, estava cheio de pólvora branca, com pavio curto e um invólucro de metalon grosso. Este tipo de material começou a aparecer nas ocorrências de explosões de caixa eletrônico em 2013, em substituição às dinamites que vinham sendo usadas no surgimento dessa modalidade de crime na cidade. “O pavio mais curto e o tamanho maior são características que permitem dizer que os criminosos procuram explosões cada vez mais fortes e rápidas, porém bem mais arriscadas, já que, com um pavio tão curto, mal daria tempo de saírem de dentro de uma agência antes da explosão.”