Teve início na manhã desta quinta-feira (19) o julgamento de Jairo Lopes, de 44 anos, conhecido como o “monstro de Buenópolis”. Ele é acusado de estuprar, matar e arrancar o coração da estudante Raiane Aparecida Cândida Costa, de apenas 10 anos, segunda denúncia do Ministério Público. O crime ocorreu em Buenópolis, na região Central de Minas, na manhã de 1 de junho de 2016,
O homem está preso em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital, desde a época do crime.
O acusado chegou ao fórum de Buenopólis por volta das 9h. Ele é julgado por estupro de vulnerável, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Se for condenado, ele pode pegar mais de 30 anos de prisão. Lopes é suspeito de outros dois homicídios, mais um estupro e roubo.
Jairo, que na época já estava condenado a um total de 45 anos de prisão por homicídio, estupro e roubo, e era foragido da justiça de Montes Claros, Norte de Minas, confessou o crime na fase policial do inquérito e hoje negou perante ao juiz Elizeu Silva Leite Fonseca.
No depoimento anterior, ele contou detalhes de como praticou o estupro, asfixiou a vítima com uma corda e arrancou o coração dela, para ter certeza de que ela estava morta e garantir a impunidade.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Jairo golpeou a vítima com uma facada na barriga e puxou a lâmina até o peito. “Enfiou a mão dentro da cavidade toráxica e arrancou-lhe o coração”, consta na denúncia da promotora Luciana Bretas Baer.
A acusação no júri, que começou às 9h, é do promotor Carlos Eduardo Dutra Pires, que tem quatro assistentes de acusação.
Eles pedem de 12 a 30 anos de prisão para o réu, por homicídio triplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver.
O advogado de defesa, Décio Marílio Dias, somente irá se manifestar no final do júri, previsto para as 19h. Ele sustenta a tese de defesa do cliente, que é negativa de autoria.
Apenas duas testemunhas foram ouvidas, ambas de acusação e defesa, a companheira do réu na época do crime, Cícera Avelino, e o policial militar Eder Machado, que participou das buscas pela vítima.
O plenário do júri está lotado. Mais cedo, alguns moradores estiveram na praça em frente ao fórum, mas já deixaram o local. A fase de debates começou com o promotor de justiça.
Entenda o crime
Raiane sumiu após sair de casa sozinha para ir à escola na manhã do dia 1º de junho de 2016. O pai da menina contou à polícia que a filha tinha que voltar para casa às 14h. Como a criança não apareceu, ele foi até a escola, onde foi informado que a vítima não havia aparecido na instituição.
Em seguida, o homem foi atrás do motorista do escolar que levava a pequena para estudar.
Ele contou que passou no ponto em que costumava pegar a estudante, mas ela não estava. Após o registro da ocorrência, policiais civis e militares começaram a fazer buscas na cidade.
A estudante foi encontrada na zona rural de Buenópolis. Seu corpo estava coberto. Além de sinais de abuso sexual, ela apresentava várias lesões e uma perfuração no estômago.
O bandido usava nome falso e, uma semana antes do crime, apareceu no imóvel em que a garota morava.
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