Uma lavadora de carros foi executada no início da manhã desta sexta-feira (26) em uma rua próxima à estação São Gabriel, no bairro Primeiro de Maio, na região Norte de Belo Horizonte, causando pânico em quem chegava ao local. O homicídio foi registrado por volta das 6h, quando centenas de pessoas iam para o trabalho, forçando algumas delas a se jogarem no chão.
O tenente Rafael Miranda Freitas, do 13º Batalhão, a vítima foi morta na rua Oscar Lobo Pereira, logo abaixo da passarela que fica sobre a avenida Cristiano Machado e liga o bairro Primeiro de Maio à estação de metrô e ônibus.
A vítima, que vestia calça jeans e camisa, foi identificada apenas como Cristiane, de 32 anos. Ainda não se sabe o que teria motivado o crime, mas existe a suspeita de que se trate de um acerto do tráfico de drogas.
“Até o momento não foi descartado que o crime tenha sido motivado pelo tráfico de drogas. Mas as informações são muito vagas, então a gente trabalha com todas as hipóteses, mas a investigação da PC vai esclarecer esse crime. O que sabemos é que ela estaria aqui e chegaram dois indivíduos e efetuaram os disparos”, explica o militar.
Aos policiais, o namorado dela relatou que estava com a vítima momentos antes, mas saiu para buscar materiais para fazerem a lavagem de carros. “Ele confirmou que ela seria usuária de drogas, mas disse que não tinha envolvimento com o tráfico. O local é conhecido pelo comércio de drogas, fazemos operações constantemente aqui”, completou o tenente.
A perícia da Polícia Civil (PC) esteve no local e constatou seis perfurações de arma de fogo na vítima, sendo duas no braço, uma na cabeça, uma nas costas e uma em cada perna.
A polícia não encontrou cápsulas da arma usada no crime no local. Acredita-se que elas tenham sido recolhidas, ou pelos suspeitos ou por testemunhas.
A reportagem de O TEMPO está no local e, segundo moradores, a vítima lavava carros na região e era usuária de drogas, mas seria uma pessoa tranquila. “Via ela todo dia quando saía para trabalhar. Ela mexe com droga, lava uns carrinhos para comprar a ‘droguinha’ dela. Não sei onde ela morava, mas sei que estava sempre rodando por aqui”, contou o morador da região.
Corre-corre
Uma testemunha que seguia para o trabalho contou que era por volta das 6h quando ele desceu de um ônibus. “Normalmente as pessoas atravessam pela rua ao invés da passarela, mas um policial que falou para a gente passar pela passarela para evitar acidentes. Quando eu e outras pessoas estávamos subindo a escada começaram os tiros. Foi pelo menos uns oito”, detalha o jovem de 22 anos.
Na hora, as pessoas deitaram no chão ou correram, com medo de serem atingidas. “Foi um desespero muito grande. Eu corri em direção à estação, e só parei lá dentro. Aí vi um tanto de gente rodeando o local, em baixo da passarela que tinha acabado de atravessar. Tava muito cheio na hora, os ônibus todos deixando o pessoal na estação para ir ao trabalho. Foi pânico geral. Na hora você só pensa em correr e se proteger”, finaliza a testemunha.