Uma frase comum repetida pelos empresários dos segmentos do comércio e serviços ao se referirem ao Carnaval de 2018 é que “a data superou as expectativas”. A hotelaria da capital, por exemplo, nunca teve uma festa de Momo tão boa. “Foi recorde de ocupação para a data”, diz o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Minas Gerais (Abih-MG), Diogo Alves da Paixão. A ocupação média foi de 52,76%, no período de 9 a 13 de fevereiro, conforme levantamento realizado pela entidade. O resultado foi melhor que o esperado, que era de 50%. E teve hotel que chegou a ter todos os apartamentos ocupados.
A pesquisa contemplou 49 empreendimentos hoteleiros, ou seja, 47% dos quartos da cidade. A ocupação deste ano foi 15% maior que a verificada no Carnaval passado. Paixão ressalta que a região Centro-Sul da capital foi a mais procurada, com média de ocupação de 65,51%.
No Belo Horizonte Othon Palace, na região central da capital, a ocupação do dia 10 até o dia 12 deste mês foi de 100%, conforme o gerente geral, Márcio Alves. O resultado foi melhor que a folia carnavalesca de 2017, quando a média foi de 90%. “A ocupação superou as expectativas”, frisa.
Para ele, vários fatores ajudaram no resultado, entre eles o crescimento de Belo Horizonte como destino para a data, o trabalho do marketing nas redes sociais com a divulgação de pacotes especiais e a localização, que permite ao folião participar de vários blocos. O gerente diz ainda que a perspectiva para 2019 é que a ocupação volte a 100% durante o Carnaval.
Localizado no hipercentro, o Dayrell Hotel teve uma ocupação acima da esperada, de acordo com a gerente de marketing do estabelecimento, Isabela Bandeira.
No Ouro Minas Palace Hotel, na região Nordeste, a ocupação média foi de 90%, com pico de 100% no sábado, conforme a gerente de marketing Monaline Alvarenga. Já no Ramada Encore Minascasa, na mesma região, os foliões ocuparam, em média, 48% dos apartamentos.
O levantamento da Abih-MG mostra ainda que, ao todo, foram comercializadas mais de 17,5 mil diárias, em média a R$ 166,65. A presidente da associação, Érica Drumond, ressalta, porém, que é preciso melhorar, pois o preço equivale ao praticado há cinco anos pelo setor. “É preciso considerar que temos um valor da diária ainda aquém do desejado devido ao aumento no custo fixo da manutenção dos empreendimentos”, diz a presidente.
Em relação à expectativa para 2019, Érica está mais otimista. “Percebemos uma melhor organização, descentralização dos blocos e festas por toda a cidade, o que nos motiva a acreditar que o conforto e as comodidades proporcionadas pelos hotéis tendem a conquistar um público cada vez maior. A expectativa é ultrapassar os 60% no próximo ano, já que a capital se fortalece cada vez mais no cenário nacional como destino para os foliões”, acrescenta.
Nunca se vendeu tanto como nesta folia carnavalesca
E não foram apenas os hotéis que lucraram mais neste Carnaval. Para sair nos blocos, as pessoas querem se fantasiar ou, pelo menos, se enfeitar, ressalta a sócia da loja A Feira das Festas, Telma Rolim Cruz. “O Carnaval deste ano superou as expectativas”, diz.
Ela conta que vendeu 20% mais neste ano na comparação com a folia passada. “Aliás, eu tenho a loja há 32 anos, e esse foi o melhor Carnaval da história da loja”, frisa a proprietária.
Telma conta que há cerca de cinco anos fechava a loja durante a festa, o que já não acontece mais. “Abri todos os dias. Outra diferença é que, nos últimos dois anos, passei a vender para gente de fora, turistas”, observa ela. A empresária espera vender ainda mais com a folia pós-Carnaval. “Até sábado, vou continuar vendendo bastante”, acredita.
Alimentação
Nas lojas da região central de Belo Horizonte da rede de fast-food Bob’s, a projeção de vendas durante o Carnaval superou em 50% as expectativas, conforme a empresa. E o tíquete médio cresceu 15% frente aos dias normais.
O movimento dos foliões também não deixou a desejar na Cantina do Lucas, no hipercentro da capital, e também na Casa dos Contos, na Savassi, conforme a proprietária dos empreendimentos, Maria Leonor Roque. “Aliás, não só para a Cantina do Lucas, mas para os bares e restaurantes do Edifício Maletta. Os blocos que passaram pelo local trouxeram clientes, aqui ficou cheio. No nosso caso, o Carnaval fez com que novos clientes nos conhecessem”, observou.
Ela diz que ainda não fez o levantamento do resultado dos dias de folia, mas afirma que não tem do que reclamar. “Foi ótimo. Antes, nós éramos uma das poucas casas que abriam. Agora, todo mundo está funcionando durante o Carnaval”, comentou.