A dislexia é um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura e escrita. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, a dislexia está presente entre 5% e 17% da população mundial, podendo afetar a área visual e auditiva. Embora seja o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, um estudo apresentado na Associação Britânica de Dislexia revela que cerca de 70% dos profissionais das áreas de saúde e educação têm pouco conhecimento sobre ele.
Em relação as causas, a maioria dos estudiosos concordam com a origem multifatorial da dislexia, ou seja, com a ideia que suas causas podem ser genéticas e ambientais.
No que se refere ao diagnóstico da dislexia, o mesmo é feito por uma equipe multidisciplinar (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Há suspeita de dislexia quando uma criança com desempenho normal na maioria das atividades venha apresentar dificuldade de ler, escrever e soletrar. Em geral se observa nessa criança atraso na capacidade de falar, dificuldades com os sons das palavras ou confusão entre palavras com sons semelhantes.
Sintomas da dislexia na primeira Infância
• Dispersão
• Falta de atenção
• Atraso da fala e linguagem
• Dificuldade em aprender rimas e canções
• Atraso na coordenação motora
• Falta de interesse por livros.
Sintomas na idade escolar
• Dificuldade na aquisição e automatização da leitura e escrita
• Desatenção
• Dispersão
• Dificuldade em copiar de livros e lousa
• Desorganização geral (dificuldade em manusear mapas, dicionários)
• Dificuldade em ler em voz alta e compreender aquilo que foi lido
• Baixa autoestima.
É de suma importância o diagnóstico ou suspeita clínica precoce, pois, quanto mais cedo identificada a dislexia em um cérebro mais jovem, maior será a plasticidade em relação a uma melhor resposta no que se refere a uma estimulação adequada podendo evitar problemas oriundos da ausência ou diagnóstico tardio.
O tratamento da dislexia engloba a estimulação das dificuldades apresentadas reforçando a importância do papel da consciência fonológica pelo treinamento da correspondência fonema/grafema. Deve-se também estimular a identificação que corresponde aos sons da fala, da capacidade de rimar, soletrar e identificar palavras. O estímulo da fluência da leitura associada a sua compreensão e também a aquisição de um vocabulário mais rico também são muito importantes. É essencial que os pais trabalhem a autoestima da criança com dislexia, podendo estimular outros talentos natos em outras atividades como pintura, música, atividade esportiva. Além do mais é importante evitar termos pejorativos como, preguiçoso, desleixado ou comparações com outras crianças ou familiares. Os profissionais que têm contato com a criança com dislexia também devem se atentar e buscar evitar que a criança passe por situações de constrangimento como uma leitura em voz alta, por exemplo.
Para quem deseja compreender melhor a dislexia e as dificuldades vivenciadas por uma criança disléxica aconselho assistir ao filme “Como estrelas na Terra: Toda criança é especial”.
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