O fisioterapeuta Davidson Vitorino, de 34 anos, precisou acionar a polícia na clínica de ortopedia e traumatologia onde trabalha no bairro Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de sofrer injúria racial de uma paciente – uma idosa de 77 anos – na tarde dessa segunda-feira (19).
Segundo a vítima, o crime aconteceu quando ele interveio em uma discussão entre a senhora e dois secretários da unidade. A mulher queria ser atendida por um fisioterapeuta que estava de férias. Com a ausência do profissional, os funcionários indicaram Vitorino. No entanto, a idosa negou ser atendida por ele e ainda chamou uma outra fisioterapeuta, que também estava à disposição dela, de “palhaça”.
Irritado com a atitude da idosa, Vitorino disse que não aceitaria mais ver os profissionais da clínica serem desrespeitados por ela. De acordo com o fisioterapeuta, desde o final de 2015 diversos funcionários aguentavam os desaforos da senhora e evitavam discussões.
Diante da queixa do fisioterapeuta, a idosa se aproximou dele e apontou o dedo na direção do rosto. Foi nesse momento que a mulher cometeu a injúria racial. “Eu me afastei e disse que se ela encostasse um dedo em mim acusaria ela de agressão, porque não se encosta o dedo em ninguém. Foi quando ela falou que não ia encostar em mim porque sujaria os dedos dela com um neguinho pretinho”, relembra Vitorino.
Fisioterapeuta vai processar idosa
Assim que a idosa o difamou, Vitorino ligou para a polícia que chegou à clínica em poucos minutos. Aos militares, a idosa negou a versão da vítima, mas os dois funcionários, que foram testemunhas, confirmaram a injúria racial. Todos os envolvidos seguiram para a Central de Flagrantes II da Polícia Civil, no bairro Floresta. A mulher foi conduzida na viatura e o fisioterapeuta foi para o local em seu próprio veículo.
Na delegacia foi registrado um boletim de ocorrência e a senhora, segundo Vitorino, foi liberada por uma delegada responsável pelo caso. Agora o fisioterapeuta pretende processar a idosa. “Sou preto com orgulho e não vou me rebaixar. A gente não pode ficar calado diante desse tipo de coisa. Eu não vou deixar isso barato e vou correr atrás dos meus direitos”, disse.
“Não preciso do dinheiro dela porque me sustento, mas vou entrar com essa ação para ela aprender a respeitar as pessoas”, completa.