A expansão da banda larga no Brasil apresenta, atualmente, um ritmo aquém do que poderia ser, avalia o CEO da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro de Carvalho. O executivo apontou como justificativa o fato de a carga tributária e a regulamentação serem excessivos, o que acaba reduzindo o retorno sobre os investimentos, mesmo com a crescente demanda da população.
“Estudos indicam que, entre os dez países com maior volume de acessos à internet, o Brasil é o primeiro em carga tributária, com 43,9%. É mais do que o dobro da Rússia, que fica em segundo lugar com 18%”, afirmou Navarro, durante seminário organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Em relação aos acessos, entretanto, o país ocupa a quinta colocação em números absolutos. Para o executivo, o peso dos tributos sobre os preços finais explica porque serviços de telecomunicação no Brasil são caros em comparação a outros países.
“Não estamos pedindo, neste momento, uma redução da carga tributária. Pedimos apenas que a carga não seja elevada ainda mais.” Segundo ele, essa possibilidade “bateu na trave” nesta quinta-feira, 20, quando o governo optou pelo aumento da PIS e do Cofins sobre combustíveis.
Uma alternativa para acelerar o ritmo de expansão, na avaliação do vice-presidente de Estratégia e Inovação da Tim Brasil, Luís Minoru, é que as empresas compartilhem a infraestrutura. “Esse seria um modelo muito saudável para o setor. Talvez seja a melhor forma de levar infraestrutura a lugares remotos, além de favorecer a competição”, comentou.
A principal dificuldade para que a infraestrutura seja expandida no País, segundo Minoru, é a falta de previsibilidade, com “instabilidade radical em curto prazo”. “Mesmo assim, continuamos consolidando o setor, tentando reduzir custos”, disse.
Outro exemplo citado pelo executivo, corroborando com a avaliação de alta carga tributária, pode ser verificado no preço da internet móvel. “Em um real por dia pago pelo serviço de internet, metade disso é destinado ao pagamento de tributos”, disse.