Os seis acusados de assassinar a jovem Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, vão ser levadas a júri popular. O crime aconteceu em Ituiutaba, em agosto de 2016 e os suspeitos queriam roubar o bebê da vítima, que estava grávida de nove meses.
A decisão do juiz Marcos José Vedovotto foi publicada na última quarta-feira (15) e a data do julgamento ainda não foi definida.
Os advogados de defesa dos réus e a Promotoria de Justiça têm o prazo de cinco dias, a partir da data de publicação da decisão, para apresentarem as testemunhas que vão depor durante o julgamento pelo Tribunal do Júri.
Os acusados Shirley de Oliveira Benfica, Lucas Matteus da Silva, Jonathan Martins Ribeiro de Lima, a enfermeira Jacira Santos de Oliveira, Michel Nogueira de Oliveira e Luis Felipe Morais foram indiciados por homicídio quadruplamente qualificado – por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por assegurar a execução de outro crime.
Além disso, também vão responder pelos crimes de exposição de perigo de vida da criança, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e subtração de incapaz com o fim de colocação em família substituta.
Assassinato com requintes de barbárie
As investigações da Polícia Civil concluíram que Greiciara foi morta com requintes de barbárie. A vítima morava em Uberlândia e, durante a madrugada do dia 19 de agosto de 2016, a quadrilha sequestrou a jovem com o intuito de tirar o bebê que ela esperava.
A ex-garota de programa, Shirley Benfica, foi apontada como mandante do crime. Segundo a polícia, ela simulava uma gravidez para o namorado, de Araguari, e resolveu roubar a criança para continuar mantendo a farsa.
Para isso, Shirley pediu a ajuda de uma amiga travesti, conhecida como Mirela, que mora em Ituiutaba e era amiga de Greiciara. Se conseguissem roubar a criança, ela iria recompensá-lo com dinheiro e um aparelho celular.
Mirela foi para Uberlândia se encontrar com Shirley e, em seguida, se dirigiram até uma casa no Bairro Santa Mônica, onde os outros quatro réus estavam. Todos foram contratados pela mandante para cometer o crime.
A travesti Mirela disse para Greiciara que tinha roupas de bebê para doar para o enxoval e levou a vítima até a casa onde todos estavam. No local, ofereceram uma bebida com medicamento, o que provocando sonolência na vítima.
Os réus a levaram para a zona rural de Ituiutaba e fizeram o procedimento cirúrgico para a retirada forçada da criança. Greiciara foi encontrada morta dentro de uma represa, enquanto duas pessoas faziam trilha de bicicleta por uma estrada de terra.
A vítima estava com os pés amarrados por um tecido e o corpo estava envolvido por uma tela de arame junto a uma pedra. Além disso, tinha o abdômen aberto e as vísceras expostas. Os suspeitos disseram que a vítima ainda estava viva quando a criança foi retirada, e que ela gritava de pânico e dor apesar de estar dopada.
Os envolvidos foram presos e permanecem no presídio de Ituiutaba aguardando o julgamento na comarca da cidade.
Criança ficou com a família
A recém-nascida foi localizada com vida na casa da vizinha de Shirley, que havia deixado a criança para ganhar tempo e fingir um parto. Segundo a polícia, a vizinha não teve participação no crime e, por isso, não foi indiciada.
A mãe de Greiciara conseguiu a guarda definitiva da neta após resultado do exame de DNA comprovando o parentesco.