Relatório do Ministério da Saúde mostra que 229 pessoas morreram no país em decorrência da dengue e que 745 mil casos foram constatados neste ano. Os números caracterizam uma epidemia, de acordo com padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sobre as vacinas contra a dengue, o diretor substituto do Instituto Butantã, Marcelo De Franco disse, em entrevista a Jovem Pan, que falta apenas a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a fase de testes.
“É o melhor investimento que a gente pode fazer em termos de proteção da população. A vacina protege, não é terapêutica. É melhor prevenir do que remediar”, ressaltou. Segundo o diretor, esta terceira fase é decisiva e prevê experimentos em cerca de 17 mil voluntários de diversas regiões do Brasil.
As duas fases anteriores, que são testes realizados em humanos permitem verificar se a vacina é segura e se induz uma resposta protetora contra o vírus da dengue. “Já fizemos a fase I e fase II, utilizando aproximadamente 1,3 mil pessoas, e agora solicitamos para a Anvisa o início da fase III”.
A terceira fase de testes da vacina consiste em testes de segurança, eficácia e a capacidade de produzir anticorpos. “Se nós começarmos neste ano, no mais tardar em junho, provavelmente no primeiro semestre do ano que vem tenhamos resultados para dizer se a vacina é eficaz ou não”, explicou.
O cronograma, segundo De Franco é que com a autorização da Anvisa para a fase III, iniciada neste primeiro semestre, já no segundo semestre tenha a autorização para produzir a vacina para a população.
“Já demonstramos que a vacina é segura, que ela induz uma resposta de anticorpos muito eficiente. Ela tem uma resposta protetora de 95% a 100% para os quatro sorotipos e nesta terceira fase verificaremos se ela é eficaz ou não. Ou seja, vamos imunizar 17 mil pessoas e verificar se estas pessoas estão protegidas de fato ou não”, esclareceu.
A vacina
A vacina é de dose única, como a da febre amarela e após 15 a 20 dias ela já induz uma produção de anticorpos na pessoa que protege na faixa de 95% a 100%. “É uma vacina bastante promissora”, disse.
“Por isso que solicitamos para a Anvisa e ela já priorizou o início de fase II desta vacina”, finalizou.