Uma instrutora de autoescola foi presa nesta quinta-feira (21), em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, suspeita de aplicar golpes em candidatos a exames para tirar a carteira nacional de habilitação (CNH) em cidades da região. Segundo a Polícia Civil, a mulher faturou cerca de R$ 120.000 apenas no segundo semestre deste ano enganando pelo menos 60 pessoas. Ela cobrava uma quantia do aluno garantindo que ele passaria no teste de direção independentemente do seu desempenho.
De acordo com o delegado Helton Cota, da delegacia regional de Ipatinga, Sofia ludibriava o candidato afirmando ter contato direto com os examinadores da prova, que seriam funcionários do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Ela cobrava R$ 2.000 para facilitar a aprovação. A promessa, contudo, não se passava de um golpe. “Nós estamos investigando a instrutora há cerca de seis meses e acompanhamos todos os passos dela. Ela não tem nenhum contato dentro do Detran e vários candidatos que caíram no golpe não foram aprovados no ato da prova”, afirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado, as investigações começaram no início do ano, quando a polícia descobriu um esquema envolvendo falsificação de CNH no Vale do Aço. Em julho, uma funcionária da delegacia de Ipatinga, um instrutor e um aluno foram presos. A funcionária, que era cedida pela prefeitura da cidade, seria responsável por aplicar provas de legislação. Antes do exame, contudo, ela repassava o gabarito ao instrutor de autoescola, que vendia as informações ao aluno.
Segundo o delegado Helton Cota, os candidatos que compraram o passe-livre para a aprovação só seriam autuados caso o golpe fosse real. Uma vez que não se passava de uma oferta mentirosa da instrutora, os alunos são considerados vítimas. “As investigações continuam. O objetivo é tirar de circulação pessoas que usam o nome da Polícia Civil de má-fé. Mas vamos afastar qualquer má conduta. Se tiver qualquer desvio na banca do Detran, vamos prender e pronto”, afirmou o delegado.