A Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), de Minas Gerais, anunciou nesta terça-feira, 5, a venda de 100% das ações da Itambé para a francesa Lactalis, dona das marcas Batavo, Elegê e Parmalat no Brasil. O anúncio vem cerca de um mês depois de a Itambé decidir não participar do negócio entre a Vigor – que detinha 50% da marca – e a mexicana Lala, que foi fechado no fim de outubro pela JBS.
A Lactalis e a CCPR anunciaram nesta terça-feira o acordo de compra e venda, que garantirá à cooperativa agrícola o fornecimento exclusivo no contrato de leite. Segundo uma fonte de mercado, a garantia aos produtores que já forneciam à marca teria sido um dos fatores que pesaram a favor da francesa.
Após a JBS acordar a venda da Vigor à Lala, em agosto, o destino da Itambé ficou incerto. Primeiro, anunciou-se que o negócio seria de R$ 5,7 bilhões e incluiria 100% da Itambé. No entanto, a CCPR decidiu exercer a opção de compra dos 50% pertencentes à Vigor. Na época, fontes disseram que a cooperativa não teria lastro financeiro suficiente para arcar com o negócio – por isso, seria necessário buscar um novo parceiro.
No fim de outubro, quando a Lala anunciou o fechamento do acordo com a JBS para a compra da Vigor, o valor anunciado foi de R$ 5 bilhões e incluía os 50% da Itambé. No entanto, a mexicana ressalvou que, caso a Itambé ficasse fora do negócio, o total da transação seria reduzido para R$ 4,325 bilhões – hipótese que agora se confirma.
Nas negociações com a JBS dentro do acordo com a Vigor, a avaliação da Itambé ficou em cerca de R$ 1,4 bilhão. O valor do negócio com a Lactalis não foi divulgado.
Conclusão. A estimativa é que a aquisição da Itambé pela Lactalis seja concluída no primeiro semestre de 2018. “Este é um dia histórico para a CCPR que, após retomar o controle da Itambé, pôde escolher o melhor parceiro para o futuro”, disse ontem, em nota, o diretor-presidente da CCPR, Marcelo Candiotto.