Três homens e duas mulheres foram detidos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Ituiutaba, Triângulo Mineiro, na última quinta-feira (29.jun.23). Essas pessoas foram identificadas como líderes de um esquema criminoso que envolvia a compra e venda de produtos ilegais, sendo comercializados tanto em lojas físicas como online, sob a falsa alegação de serem de origem legítima. As acusações contra o grupo incluem organização criminosa, estelionato, receptação e lavagem de dinheiro.
A investigação foi iniciada em abril de 2022 pela equipe da Delegacia Regional de Polícia Civil em Ituiutaba, após uma grande apreensão de mercadorias suspeitas, sem comprovação de procedência.
Durante as investigações, os policiais recolheram mais de 38 mil itens de diferentes tipos em depósitos vinculados aos suspeitos. Esses itens variavam desde produtos médico-hospitalares até pneus e tintas.
Segundo as investigações, uma empresa na cidade, com CNPJ válido, adquiria mercadorias provenientes de estelionato e as revendia em uma loja física e também em plataformas digitais, alegando que eram produtos legítimos.
O proprietário da loja atuava como um grande receptador de vários estelionatários da região. Durante a investigação, foram identificadas vítimas, inclusive de outros estados, que tiveram seus dados utilizados para compras fraudulentas, e os produtos adquiridos com essas ações ilícitas eram utilizados para abastecer o estoque do estabelecimento.
Além disso, constatou-se a participação do grupo em licitações de prefeituras da região, especialmente durante a pandemia da Covid-19, em que eles se candidatavam e se habilitavam para fornecer itens de saúde e material de higiene básica. Foi observado que os processos licitatórios orientavam as compras dos produtos ilícitos, visando concorrer nas licitações.
Com base nas evidências reunidas durante a investigação, incluindo a análise das movimentações financeiras dos suspeitos realizada pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro da PCMG, vinculado à Superintendência de Informações e Inteligência Policial (SIIP), a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos investigados ao Judiciário.
Dos cinco indivíduos presos, dois eram casais, e foi constatado que as esposas estavam envolvidas na lavagem do dinheiro obtido pelos maridos, a fim de dar uma aparência lícita aos negócios.
Também foi detido um suspeito apontado como o verdadeiro proprietário da loja física, embora ele tenha negado ser o dono e tenha sido preso no estabelecimento.
Essa estratégia de trocar a propriedade do estabelecimento foi identificada como uma forma de evitar a fiscalização por parte das autoridades reguladoras.
Após a conclusão das diligências policiais, os suspeitos detidos na operação foram encaminhados ao sistema prisional e aguardam o julgamento pela Justiça.