Um jacaré apareceu na porta de uma pousada na Serra do Cipó, em Santana do Riacho, na região Central de Minas, e atraiu diversos curiosos que foram ver o bicho de perto na noite desta sexta-feira (23).
Segundo a proprietária da hospedagem Renascer, Madalena Maria dos Santos, os moradores e comerciantes da região ligaram para a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros no início da noite e solicitaram a captura do animal. No entanto, os militares dos bombeiros só chegaram ao local por volta das 22h.
Antes da chegada dos bombeiros, algumas pessoas jogaram pedras no jacaré e ainda tentaram amarrá-lo com uma corda. “O jacaré apareceu no meio da rua, enfezado, muito nervoso. Depois ficou acuado e correu para um cantinho. Algumas pessoas chegaram e, infelizmente, começaram a provocar ele jogando pedras e cutucando com paus. Isso é triste porque mostra que o povo não tem respeito e educação com os animais”, lamentou Madalena.
Um casal de moradores que esteve no local disse que um médico, conhecido na Serra do Cipó pelo apelido de “Indiana Jones”, se arriscou ao tentar amarrar o animal com uma corda, mas não teve sucesso.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, militares que se deslocaram de Belo Horizonte em uma viatura fizeram a captura do animal, que está bem. Eles ainda realizaram um trabalho de retirada de arames que estavam presos na boca do bicho. Contudo, não é possível afirmar se o jacaré tentou comer o fio metálico ou se alguém usou o objeto para machucar o animal. A corporação informou que o jacaré será solto em uma lagoa.
Morador critica Ibama
Segundo um morador da Serra do Cipó, que não quis se identificar, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também foi procurado, por telefone, assim que o jacaré apareceu na rua.
Durante a ligação, um atendente afirmou, conforme o relato do morador, que o Ibama só poderia ir ao local no sábado (24) para buscar o animal. “Isso é um absurdo. Como o Ibama não pode fazer nada? E se o jacaré ataca uma pessoa? Ele está em via pública, solto e muito perigoso”, reclamou.
Procurada pela reportagem de O TEMPO, a assessoria do instituto explicou que devido à lei complementar 140, de 2011, a responsabilidade da captura de animais é da Polícia Militar do Meio Ambiente ou do Corpo de Bombeiros. O Ibama só pode atuar em casos como esse na ausência de uma dessas corporações.
Atualizada às 23h10