O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi alvo de protesto realizado por um grupo de mulheres nesta quarta-feira (8) durante uma visita ao campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie localizado na capital paulista. Quando deixava o local, as manifestantes gritavam palavras como “machista” e “fascista” contra o parlamentar, que se apresenta como pré-candidato a presidente na eleição de 2018.
A visita de Jair Bolsonaro à universidade ocorreu em pleno Dia Internacional da Mulher. O deputado já esteve envolvido em diversas polêmicas após dar declarações consideradas como machistas. Por causa de uma delas, inclusive, o parlamentar é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por injúria e incitação ao crime de estupro. Em 2014, ele disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não merecia”.
Em outra ocasião, ele deu uma entrevista ao jornal Zero Hora , de Porto Alegre, na qual afirmou que é justo as mulheres terem salários inferiores aos dos homens em razão do fato de elas engravidarem.
A presença do deputado gerou críticas de alunos pelas redes sociais, que enfatizaram o fato de a visita ter ocorrido duas semanas depois de terem sido encontradas pichações com mensagens homofóbicas em banheiros da universidade. Algumas, inclusive, faziam alusão à possível candidatura do parlamentar no ano que vem. “Gostaria muito de entender qual a lógica da instituição em não apurar quem faz discurso de ódio, mas receber o Bolsonaro no Mackenzie ”, diz uma estudante.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da universidade para saber os motivos da visita do parlamentar, mas a instituição não informou quem foi o responsável pelo convite. Nas imagens, é possível ver que ele está no Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia, o MackGraphe.
Por meio de nota, a universidade disse apenas que o MackGraphe “está aberto à visitação de autoridades e pesquisadores interessados nos novos desenvolvimentos tecnológicos”.
Hebraica
No fim de fevereiro, o pré-candidato a presidente foi banido de um evento no clube judaico Hebraica, na capital paulista . Ele daria uma palestra no local, mas a atividade foi suspensa depois da criação de um abaixo-assinado criticando a visita do deputado . O texto diz que o parlamentar “representa a extrema direita brasileira e em todas oportunidades em que lhe é permitido falar, explora e ataca as minorias entre as quais, nós judeus, nos encontramos”.
Após a decisão da direção do clube, Jair Bolsonaro publicou em seu perfil no Twitter que considerou como uma “honra” ter recebido o convide da Hebraica e que sua presença era “vontade da maioria”. “Qual o temor da minoria que não me quer palestrando?”, provocou.