O Tribunal de Contas da União — TCU—, concluiu que a JBS deu um prejuízo de R$ 670 milhões fusão com o frigorífico Bertin. A fusão ocorreu em 2009.
O TCU entendeu que o BNDES passou a deter fatia da JBS de R$ 1,83 bilhão, valor inferior ao que aportara inicialmente no Bertin (R$ 2,5 bilhões). A diferença entre esses dois valores, segundo a corte, equivale à perda de R$ 670 milhões.
O ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho e mais 15 dirigentes e técnicos da instituição foram apontados como responsáveis pelo TCU.
Os envolvidos serão ouvidos e tem 90 dias para apresentar suas alegações ou, caso não o façam, pagar o débito, que atualizado, chega a R$1,1 Bilhão.
O BNDESPar — Braço do BNDES para investimentos no mercado financeiro — aprovou em 2008 injeção de R$ 2,5 bilhões na Bertin (R$ 4,4 bilhões, a valor presente). Com isso, tornou-se sócio minoritário da empresa. A instituição passou, em conseguinte, a ser dono de 26,92% das ações do Bertin.
No ano seguinte, a JBS adquiriu o controle acionário da Bertin e a incorporou.
Os auditores dizem que, ao fazer o primeiro aporte no Bertin, faltou análise adequada sobre as reais condições do frigorífico, o que poderia ter detectado situação “pré-falimentar”.
A assessoria de Luciano Coutinho disse a um jornal da capital paulista que ele se surpreendeu com a decisão, pois “não se esgotou a fase de defesa”. Alegou que o relatório não individualiza as supostas condutas irregulares a ele imputadas.
Em nota, a JBS alegou que “não irá se manifestar sobre o teor do documento”. “A companhia reitera que a negociação realizada com a empresa Bertin obedeceu a critérios e processos-padrão de mercado para transações semelhantes, tendo contado com o suporte de renomados assessores jurídicos e financeiros e que está à disposição das autoridades.”