A macrorregião de saúde do Jequitinhonha, em Minas Gerais, registrou piora nos indicadores da Covid-19 e regredirá para o patamar crítico da pandemia no Programa Minas Consciente, “Onda Vermelha”, do instrumento do governo do Estado de combate ao coronavírus. Decisão, deliberada pelo Comitê Extraordinário Covid-19, foi divulgada nesta quinta-feira (20) e passa a valer no próximo sábado (22), quando será publicada no Diário Oficial.
Veja a lista das cidades que regredirão para a Onda Vermelha em Minas
Em microrregiões de saúde também houve mudanças. “Progridem da vermelha para amarela as microrregiões de Araçuaí, Brasília de Minas, São Francisco, Januária, Pirapora, Salinas, Oliveira e Santo Antônio do Amparo. As microrregiões de João Pinheiro, Além Paraíba e São Sebastião do Paraíso vão regredir da onda amarela para vermelha. As demais serão mantidas como na semana passada”, informa a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Em caso de divergência entre ondas da macrorregião onde a microrregião esteja inserida, cabe às prefeituras optarem pelo avanço ou não.
Com a mudança, dez das 14 macrorregiões estão em estado crítico, e quatro se mantém no nível de alerta, a “Onda Amarela”. “Todas as outras regiões serão mantidas nas ondas definidas na semana passada. Assim, permanecem na onda amarela Norte, Sudeste, Triângulo do Norte e Vale do Aço. As regiões Centro, Centro-Sul, Leste, Leste do Sul, Nordeste, Noroeste, Oeste, Sul e Triângulo do Sul seguem na onda vermelha”, informa o governo do Estado em nota.
O Executivo argumenta que, apesar da piora observada no Jequitinhonha, os “números gerais do estado apontam para uma melhora dos indicadores”. O governo informa que solicitações de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para Covid-19 regrediram 6,71% nas últimas quatro semanas, com ocupação geral de 78% no dado mais recente. Ainda, o Estado pontua que a “a taxa de positividade”, que mede a evolução de novos casos de Covid-19 em Minas, se manteve estável em 37%.
“Estamos em um momento de incerteza. Tivemos uma queda no número de casos, os óbitos estão caindo bastante, mas o momento é de grande atenção para saber como será o comportamento daqui para frente. Algumas regiões estão mostrando picos, enquanto outras estão caindo. O estado voltou a ser heterogêneo e isso é positivo para que não haja um colapso geral, como há dois meses. Já conseguimos transferir pacientes. Mas todos os cuidados devem ser mantidos”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, em texto divulgado à imprensa.
O chefe da pasta defendeu que a vacinação contra a Covid-19 tem avançado em Minas Gerais, e pontua que o Estado ocupa a “6ª posição” no ranking brasileiro. “A população acima de 70 anos tem uma taxa cada vez menor de óbitos, mostrando a eficácia da vacina. Em janeiro não tinha ninguém vacinado; hoje, temos a maior parte da população vulnerável vacinada”, diz.
“Os dados já revelam uma queda importante no número de óbitos entre a população que recebeu as duas doses. Entre as pessoas de 90 anos ou mais, a taxa que era de 8,1%, no início da pandemia, caiu para 2,9%. Já para os que têm de 80 a 89 anos a redução foi de 21,7% para 9,8%. Na população de 70 a 79 anos, a taxa de óbitos diminuiu de 28,8% para 16,2%”, alega o governo do Estado. Minas recebeu 9,3 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até esta quinta-feira.