O empresário João José Pereira de Lyra (João Lyra), 85, sócio majoritário da falida Laginha Agroindustrial S/A., entrou com documentação de manifesto na 1ª Vara da Comarca de Coruripe (AL) sobre a Petição que visa impedir o arrendamento da Usina Guaxuma em Alagoas – O documento foi protocolado na última terça-feira (25).
Em petição apresentada à comarca de Coruripe em 22 de Junho de 2016, Maria de Lourdes Pereira de Lyra e Guilherme José Pereira de Lyra, filhos de João Lyra, pediam a substituição do pai na administração da massa falida da Laginha Agroindustrial S/A. Os requerentes alegaram ter comprovação de gastos pessoais excessivos, despesas injustificáveis, descapitalização injustificadamente da empresa e a negativa de prestação de informações solicitadas pelo Administrador Judicial ou pelos demais membros do Comitê de Credores.
Leia parte da Petição apresentada em Junho de 2016 pelos filhos de João Lyra
Por meio de advogados, João Lyra manifestou contrariedade sobre a Petição nas páginas 60.511 – 60.515, cujo teor tem por objetivo criticar eventual arrendamento da Usina Guaxuma.
João Lyra criticou a atitude dos filhos no documento enviado à 1ª Vara da Comarca de Coruripe – “Definitivamente é mais uma tentativa de herança de pessoa viva, onde mais uma vez há a exposição de um processo de interesses patrimoniais travestido de interdição“, disse.
O arrendamento da Usina Guaxuma esta em estagio avançado e o empresário João Lyra teria feito duas exigências para concordar com a proposta – 1º O adiantamento de R$ 7,2 milhões do contrato, para pagamento de dívidas trabalhistas – o que deverá ser feito no começo da próxima safra – 2º Priorizar contratação de antigos trabalhadores da empresa na retomada de funcionamento a indústria. As duas exigências foram aceitas pelos arrendatários – Usina Coruripe e Gran Bio.
A usina Guaxuma tem capacidade de produção de 1,8 milhões de toneladas por safra e é destacada por ser uma das melhores unidades sucroalcooleiras de Alagoas.
Segundo o documento, apresentado nesta terça-feira (25), cerca de 3000 postos de empregos serão criados com o arrendamento da unidade industrial – “É importante ainda destacar que o arrendamento da Usina Guaxuma, cuja estimativa de criação de postos de trabalho gira em torno de 3000 (três mil) vagas, causará grande impacto social. Esse ganho social e econômico permite que a empresa cumpra sua função social e seja útil à sociedade. Manter uma indústria parada por mais um dia para atender pedido infundado e de pessoas sem a menor legitimidade, é absolutamente inaceitável, até porque, como visto, todos os requisitos legais foram cumpridos para que esse momento pudesse ocorrer“, afirma.
Entre outros pedidos, João Lyra solicita que o Juiz reconheça a má fé dos filhos com a petição – “[Que] Seja reconhecida a litigância de má-fé dos requerentes, aplicando-se as reprimendas legais, pois não é a primeira vez que abusam do direito de petição e tumultuam esse processo“, encerra.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Capinópolis, que representa a classe na posição de credores da Laginha Agroindustrial S/A, se posicionou a favor do documento apresentado por João Lyra – “Nos posicionamos a favor desta petição [do empresário João Lyra], pois a mesma desqualifica os filhos e netos que a todo momento dificultam a venda e arrendamento de unidades pertencentes à Laginha”, disse o presidente do STR, Alan Santana.
A resposta da solicitação deve ser emitida nas próximas semanas.
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