As suspeitas logo recaíram sobre o andarilho, que zanzava pelas roças, o pânico e o terror se espalharam por toda região, e mais de 200 homens da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Dops e do Exército foram mobilizados para a sua captura. O homem foi apelidado de o Monstro de Capinópolis, perigoso assassino, que mutilava suas vítimas, e depois de cometer os assassinatos, fugia quase sempre levando açúcar. Depois de quase vinte dias de intensa perseguição, por todo o Triângulo Mineiro, Orlando Sabino foi capturado em Ipiaçu tentando atravessar o Rio Tijuco, numa canoa, sem destino. Ao contrário de a Fera do Pontal que a imprensa divulgava o que se viu, dominado sem qualquer resistência, foi um ser humano negro débil mental, franzino, debilitado, cabisbaixo e com medo dos soldados que o cercavam. Exposto como troféu a fim de que todos pudessem vê-lo, o homem foi julgado e considerado louco. Por medida de segurança, um juiz mandou interná-lo no Hospital Psiquiátrico e Judiciário Mário Vaz de Barbacena, onde permaneceu por 38 anos e seis meses.
Interessado em investigar essa história, desde seu início, o jornalista Pedro Popó partiu em busca de sobreviventes do ataque do suposto louco, dos familiares das vitimas mortas no período, de testemunhas e policiais que participaram da perseguição; vasculhou arquivos nas delegacias, consultou processos nos fóruns, pesquisou os jornais publicados na época, que deram o assunto com destaque, e entrevistou pessoas que suspeitavam ser o criminoso apenas um bode expiatório. Por fim, ficou cara a cara com o “monstro”.
Segundo Pedro Popó, o livro será lançado no final de maio em Capinópolis, Canápolis, Centralina,Ituiutaba e em outras cidades da região.