Segundo a publicação, Aisha foi mutilada pelo marido como punição por ter fugido de casa. A jovem, que se casou ainda adolescente e fugiu de casa por causa dos maus-tratos que sofria do marido, disse que seu castigo foi aplicado com a aprovação de um comandante talibã, regime que aceita este tipo de punições contra as mulheres que se rebelam contra as suas leis.
A moça, que encontrou refúgio em uma organização não-governamental, viajou aos Estados Unidos para ser operada, confirmou a presidente da Fundação The Grossman Burn, Rebecca Grossman.
“A intervenção foi doada pelo cirurgião plástico e reconstrutivo Peter Grossman e pela equipe do centro The Grossman Burn, situado no Hospital West Hills”, em Los Angeles, informou Grossman, sem dar maiores detalhes sobre a operação.
foto do rosto desta jovem mulher, publicada na capa da edição da primeira semana de agosto da revista americana, acompanhada do tÃtulo “What happens if we leave Afghanistan” (O que acontece se deixarmos o Afeganistão), causou polêmica.
O tÃtulo serviu de gancho para uma reportagem com fortes implicações polÃticas sobre a permanência militar dos Estados Unidos no paÃs asiático, com enfoque na situação das mulheres que vivem sob o domÃnio do regime talibã.
O chefe de redação da “Time”, Richard Stengel, escreveu um editorial para este número, explicando a escolha da capa.
“Nossa imagem da capa é poderosa, horrÃvel e perturbadora. (…) A publicamos para mostrar qual é a situação no terreno. (…) Nosso trabalho é dar contexto e perspectiva a um dos temas de polÃtica externa mais complicados dos nossos tempos”, explicou Stengel.
Vazamento de documentos
Atualmente, a administração do presidente Barack Obama alcançou seu pior nÃvel de popularidade após o crescente vazamento de documentos militares secretos que levantaram o debate sobre a guerra no Afeganistão e as possÃveis atrocidades cometidas pelas forças lideradas pelos Estados Unidos.
Segundo pesquisa realizada em 3 de agosto, a campanha militar liderada por Washington no Afeganistão é mais impopular do que nunca entre os americanos: 43% dos entrevistados consideraram que os Estados Unidos cometeram um erro ao enviar tropas, contra 38% que pensavam assim antes da divulgação na internet de 92.000 documentos confidenciais, destacou o estudo do instituto de pesquisas Gallup e do jornal “USA Today”.