Uma jovem de 21 anos denunciou, nesta segunda-feira (15), ter sido vítima de um estupro coletivo, durante comemoração do seu aniversário em Itajubá, no Sul de Minas. O crime aconteceu na madrugada de sábado (13), mas a menina disse que não fez a denúncia antes porque um dos suspeitos é primo dela. De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Mulheres de Itajubá vai investigar o caso.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, durante a festa a menina tinha ingerido bebida alcoólica em uma praça do bairro Medicina e três suspeitos se aproveitaram da situação de embriaguez para abusar sexualmente dela. Ela foi levada a um matagal da cidade, próximo a um rio, onde foi estuprada e ficou desacordada.
Nesta terça, a jovem foi a delegacia junto com o pai para fazer a denúncia. No corpo da menina ainda estão marcas das agressões sofridas pelos abusadores. Nos braços e pernas dela há várias marcas roxas. Os três suspeitos do crime são: um jovem com quem a menina tinha um relacionamento, um adolescente de 15 anos e um primo dela. Ela disse que na data do estupro não fez a denúncia a pedido da mãe do primo que falou que era para ela imaginar o familiar preso.
“Depois meus pais me incentivaram a denunciar, porque minha prima não queria ver o filho dela preso, mas como que fica minha situação? Eu quero que seja feita Justiça que essa situação toda seja resolvida. Eu nunca imaginei que os três pudessem fazer isso comigo”, diz a vítima.
Segundo a Polícia Militar, a jovem foi socorrida por uma testemunha que contou que a menina estava muito suja, assustada e sem forças para sair do matagal. O homem chegou até a vítima, depois de ter achado estranho os três suspeitos levarem a menina para o matagal. Ele pegou um carro e foi para o local, mas quando chegou já encontrou a garota seminua e abusada.
Ela foi socorrida para um hospital da cidade e passou por exames que constataram o estupro, segundo a menina. Ela contou aos militares que, durante a festa, estava bêbada, mas ciente do que estava acontecendo, só depois que foi arrastada para o matagal que tudo “apagou da sua cabeça”.
Vítima foi acusada de consentir estupro
A vítima contou que um dos suspeitos chegou a dizer que ela aceitou fazer sexo com os três. Áudios por Whatsapp ainda circularam na cidade e chegaram a ser recebidos pela jovem dizendo que ela ficou com os suspeitos porque quis e que ninguém a estuprou. O áudio ainda indica que a menina estaria mentindo ao dizer que foi estuprada.
A jovem disse que apesar das acusações ela também está recebendo apoio de amigos e familiares para seguir em frente com a denúncia e procurar Justiça. Nesta terça-feira (16), a vítima foi até a Defensoria Pública. “Estou ainda muito abalada com isso tudo”, lamenta.
Os três suspeitos chegaram a serem presos no sábado (13), no entanto, eles foram ouvidos e liberados, porque a vítima foi ouvida, mas não quis representar denúncia contra os suspeitos na data. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, em casos de estupro, a vítima precisa fazer a representação para o caso prosseguir e manter os suspeitos detidos. Agora os suspeitos não podem mais ser presos em flagrante e dependem de mandado de prisão para serem ficarem presos.
A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar o caso, no entanto mais informações não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações.
O Tempo