Um jovem de 20 anos foi preso pela Polícia Civil acusado de assaltar pelo menos 12 taxistas nos últimos dois meses em Belo Horizonte. Os assaltos sempre começavam na rodoviária da capital, em uma corrida normal, e eram anunciados próximo ao Morro do Papagaio, na região Centro-Sul. O rapaz foi preso em flagrante na última segunda-feira (19) e nega todas as acusações.
Segundo a delegada a frente do caso, Cristiana Angelini, o suspeito já é conhecido dos policiais desde a adolescência. Ele era alvo de monitoramento do Grupo de Intervenção Estratégica de Roubo, coordenado pelo Ministério Público com a participação das polícias Civil e Militar. “Quando era menor de idade, ele cometia crimes contra o patrimônio e, agora, maior de idade, passou a ter como alvo vítimas taxistas”, afirmou a delegada.
O suspeito possui o mesmo modus operandi no assalto aos taxistas. Ele vai até a rodoviária da capital, solicita uma corrida de táxi com destino a um supermercado do bairro São Pedro, na região Centro-Sul e, quando se aproxima do local, anuncia o assalto usando um canivete. Ele, então, exige que a vítima o leve próximo ao Morro do Papagaio. Chegando lá, ele recolhe todos os pertences do taxista e foge.
No dia da sua prisão, o suspeito abordou uma vítima na região da rodoviária, mas ela conseguiu fugir e ele foi preso em flagrante. “A vítima, percebendo a atitude suspeita, quando chegou próximo a esse supermercado conseguiu estacionar o veículo e correu para dentro do estabelecimento pedindo por socorro”, explicou a delegada. Ainda segundo a Polícia Civil, um canivete foi apreendido com o suspeito e reconhecido pelas quatro vítimas como sendo instrumentos dos assaltos. Nenhum pertence dos taxistas foi recuperado.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira pela Polícia Civil, o suspeito que afirma ser servente de pedreiro, casado e a espera do primeiro filho, negou todas as acusações. “Eu sou inocente. Eu sou servente de pedreiro e está dando para trabalhar. Estava desempregado, mas estava trabalhando, fazendo uns bicos. Eu não roubei. A casa não caiu para mim, não. Estava rezando um pai nosso”, afirmou.
Com passagens pela polícia por tráfico de drogas, depredação e roubo ao patrimônio e assalto a mão armada, ele confessou ter roubado quando era mais novo e disse que, se fosse necessário, roubaria novamente. “Depende da ocasião. Numa necessidade, sim. Se precisasse roubaria. Estava no meu corre. Não aconteceu, não. Sei de nada. Se precisar eu roubo mesmo. Quando eu era menor, eu precisei. Eu fico tranquilo”, afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, quatro taxistas reconheceram o suspeito como sendo o assaltante. As vítimas, contudo, informaram a existência de mais de oito vítimas, que teriam comentado sobre o crime em redes sociais mas não registraram boletim de ocorrência. A delegada alerta para a necessidade de o crime ser oficialmente comunicado. “É necessário lembrar que essa comunicação pelos aplicativos serve só como um alerta a população. Para políticas efetivas de investigação e combate a criminalidade, é necessário o registro desses boletins de ocorrência nas delegacias para continuarem as investigações”, afirmou.