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ATUALIZADO EM 12/02/2015 – 10H11M
CAPINÓPOLIS, TRIÂNGULO MINEIRO – Mais um capítulo da decadente história de falência do Grupo João Lyra está sendo escrita e os avanços no processo anunciam o fim deste enredo.
O Ministério Público, decidiu pela venda das unidades sucroalcooleiras do grupo JL, Vale do Paranaíba e Triálcool, instaladas no Pontal do Triângulo Mineiro nesta quarta-feira (11). Segundo informações, a venda pode ocorrer entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, já que algumas propostas de aquisição já foram apresentadas.
Em Janeiro deste ano, Prefeitos e outros representantes de cidades do Triângulo Mineiro foram recebidos pelo juiz Mauro Baldini em Alagoas e até um padre da cidade de Ipiaçu esteve presente. Para o Padre Eduardo Santos Gomes, a visita foi importante e demonstrou a urgência que representantes regionais tem na venda das usinas – “Nossa visita foi importante e o juiz pôde perceber o quanto estas duas empresas são importantes para a economia do Triângulo Mineiro. Minha visita teve o objetivo de apresentar os anseios da população que sofre com a falta de emprego e renda”, disse o padre.
Para o vereador capinopolense, Caetano Neto da Luz, que vem acompanhando o desenrolar do processo, a venda das unidades sucroalcooleiras pode acontecer entre o primeiro trimestre e o segundo trimestre deste ano – “Estamos na expectativa que isso ocorra o mais breve possível, o que deve acontecer entre março e abril deste ano, dando um basta de uma vez por todas nesta situação calamitosa. Visitamos algumas usinas interessadas na compra da usina e estamos esperançosos na reabertura desse empreendimento, que irá gerar emprego e renda e resolver questões trabalhistas e de produtores que arrendaram suas terras pra esta usina”, disse o vereador.
Segundo o vereador Cleidimar Zanotto, grandes grupos tem demonstrado interesse em adquirir as unidades industriais. “Buscamos entendimentos que agilizem o acordo entre as partes e a retomada das atividades industriais da usina para que haja o restabelecimento dos postos de trabalho de centenas de colaboradores”, pontuou o vereador.
A recessão econômica assola municípios como Capinópolis, Canápolis, Ituiutaba, Ipiaçu, Cachoeira Dourada, que sofrem com a falta de emprego e vêem recursos da assistência social se esvaindo.
Em uma conversa recente com o Jornal Tudo em Dia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capinópolis, Alan Cunha Santana, afirmou que a dívida trabalhista do grupo ultrapassa R$600 milhões, mas com a venda das unidades, que estão avaliadas em R$ 1,9 Bi, os trabalhadores receberam seus direitos. “Isso não significa que o pagamento será efetuado logo em seguida à venda das usinas, todo processo é montado por critérios. Os trabalhadores estão incluídos na ‘classe 1′ e tem prioridade no recebimento dos direitos trabalhistas”, afirmou Alan.
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Desde de Setembro do ano passado, representandos do legislativo capinopolense vem buscando alternativas para solucionar ou minimizar a crise econômica regional e até uma reunião entre os vereadores Caetano Neto da Luz, Cleidimar Zanotto, o presidente do sindicato rural dos trabalhadores, Alan Cunha Santana e representantes da “massa falida” foi realizada.
O processo de venda das usinas não deve demorar, até por que, muitas áreas plantadas já estão sendo geridas por outras empresas sucroalcooleiras da região e a falta de matéria prima pode ser motivo para a escrita de mais um capítulo desta história.
ERRATA – Ao contrário do que havíamos publicado anteriormente, onde a decisão pela venda das unidades seria do juiz Mauro Baldini da comarca de Coruripe (AL), salientamos que a decisão foi deferida pelo Ministério Público.