Durante o julgamento do promotor André Luís Garcia de Pinho, acusado de ter matado a esposa Lorenza de Pinho, em abril de 2021, Maria José Cordeiro dos Santos, que é tia da vítima, foi vista na audiência com uma bíblia nas mãos, rezando pela sua sobrinha. O julgamento é realizado nesta quarta-feira (29/03), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte.
O versículo que Maria José lê é o salmo 19:10, intitulado "Confiança na Justiça Divina". A leitura bíblica fala sobre a sabedoria e esperança nas leis divinas e a confiança de que as respostas serão encontradas nas orações quando se confia em Deus. “A Lei do senhor é perfeita e revigora a alma”, diz o salmo.
Além da bíblia, a tia de Lorenza também levou uma imagem de Nossa Senhora para o julgamento. A santa está posicionada em frente ao tribunal, onde estão os desembargadores.
Filha de Lorenza no tribunal
A equipe de reportagem que acompanha o julgamento do caso Lorenza também flagrou Mariana Pinho, filha do promotor e da vítima, tentando apaziguar os protestos contra seu pai na porta do TJMG.
Em entrevistas anteriores, o filho mais velho do casal, também defendeu o pai das acusações, alegando que Lorenza tinha problemas psicológicos e “mandava nele”.
Relembre o caso
Lorenza Maria de Pinho foi morta na madrugada do dia 2 de abril de 2021, no apartamento onde morava com André Luís, no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O casal teve cinco filhos, dois jovens de 18 e 17 anos e os demais irmãos de 3, 8 e 13 anos.
O homem, seu marido, foi denunciado por feminicídio qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo o Instituto Médico Legal André Roquette (IML), o laudo aponta que Lorenza foi envenenada. O corpo dela também apresentava lesões provocadas por estrangulamento.
André Luís Garcia Pinho alegou na época que a esposa tinha se engasgado enquanto dormia após tomar remédios e ingerir bebida alcoólica, versão confirmada em um atestado de óbito emitidos por dois médicos, que também estão sendo indiciados, já que uma perícia feita pelo IML apontou que a causa da morte foi intoxicação e enforcamento.
O suspeito está preso no Batalhão do Corpo de Bombeiros (CBMMG), na Região da Pampulha, desde março de 2021.