O julgamento da ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Pimentel, acusada de ordenar a morte do jornalista Maurício Campos Rosa, chega ao segundo dia nesta terça-feira (9/5), com as réplicas da acusação e a tréplica da defesa.
Ontem, além da prefeita, foram ouvidos os acusados Gustavo Sérgio Soares Dias, apontado por dirigir o veículo que levou o assassino. Alessandro de Oliveira Souza, acusado de contratar o assassino, Paulo César Florindo de Almeira, acusado de ter disparado os sete tiros, e David Santos de Lima, denunciado por rastrear o e perseguir o jornalista no dia do crime.
A sessão foi suspensa às 23h40 pela juíza Fabiana Cardoso. Todos os jurados passaram a noite em um hotel, incomunicáveis, e retornaram ao tribunal na manhã desta terça.
Relembre
O dono do jornal 'O Grito', de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi assassinado a tiros na noite de 16 de agosto de 2016.
As investigações apontaram que a, então prefeita da cidade, Roseli Ferreira Pimentel, era a mandante e foi indiciada por homicídio duplamente qualificado pela morte do jornalista, pelo uso de verbas públicas para pagar os assassinos e por ocultar provas do crime. O crime foi motivado pela disputa eleitoral de 2016 e ela pagou R$ 20 mil para o criminoso.
O recurso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, mas com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação com a justificativa de que a verba seria utilizada para a compra de mamão destinado à merenda escolar.
Em 2017, Roseli teve a prisão preventiva decretada. Porém, logo em seguida, um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ela fosse solta e usasse tornozeleira eletrônica.
Entre 2017 e 2018, a chapa da prefeita foi condenada por irregularidades em financiamento de campanha. Roseli foi afastada do cargo e a Câmara de Vereadores de Santa Luzia abriu um processo de cassação do mandato.
A ação foi extinta em maio de 2018, quando Roseli renunciou ao cargo.