O PSOL elegeu o gaúcho Juliano Medeiros, ex-dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), como seu novo presidente nacional. A chapa comandada por ele, chamada “Sem Medo de Lutar”, foi eleita com 207 votos durante o 6º Congresso Nacional do PSOL, que acontece neste fim de semana em Luziânia, em Goiás.
Nesta sábado, 2, o partido aprovou no congresso uma resolução na qual defende a união de movimentos sociais na oposição ao governo de Michel Temer, contra a reforma da Previdência e pela revogação da reforma trabalhista e do teto dos gastos públicos. “A tarefa principal do próximo período é ampliar a luta contra Temer”, afirma documento publicado pelo partido.
Em documento, o partido diz que os movimentos sociais e os partidos de esquerda não tem conseguido fazer frente a medidas do governo Temer, as quais foram classificadas como uma “ofensiva contra os direitos e a democracia”.
O PSOL considera no documento que o Brasil vive um novo período de reorganização da esquerda, o qual o partido acredita que foi provocado pelo “esgotamento do ciclo do lulismo”. A avaliação é que denúncias da operação Lava Jato, da Polícia Federal, tiraram a legitimidade do grupo do ex-presidente Lula ao mesmo tempo em que cresceu o descontentamento com a política de forma geral.
“O golpe abriu uma nova etapa na luta de classes no País, com uma reorganização da direita e da esquerda”, traz o documento do PSOL. “O descontentamento com a política tem produzido sua negação e abre espaço para hipóteses como Jair Bolsonaro ou Luciano Huck”, pontua o partido. “De outro lado, já está em curso um processo de reorganização da esquerda em torno da luta contra o golpe, contra a retirada dos direitos sociais e dos trabalhadores e contra os ataques do governo”.
Para o PSOL, a emenda constitucional do teto dos gastos “torna sem efeito a vinculação de recursos para educação, saúde e assistência” e “representa um forte redirecionamento do fundo público para o financiamento do capital”. Sobre a reforma trabalhista, o partido afirma que ela “busca diminuir os custos da mão-de-obra”. Já a reforma da Previdência, diz o PSOL, mira “viabilizar superávits primários para sustentar as elevadas taxas de juros”.