— A ré agiu, ao determinar a demolição de um bem cultural do município para a construção de um shopping, motivada por vaidade e desconsideração à opinião do Conselho Municipal de Cultura do município. Por conta disso, merece ser condenada de acordo com o que determina a Lei.
— A ré não agiu com maldade premeditada. Assim como milhares de gestores municipais por todo o país, ela não foi devidamente conscientizada no dever de preservar os bens culturais do município e apenas entendeu que um novo shopping traria progresso para todos.
Esses são alguns dos argumentos utilizados por acusação e defesa no juri simulado, promovido no dia 6 de setembro de 2019 pela Casa de Cultura de Canápolis. O simulado ocorreu na Sala de Audiências do Fórum do município. Participaram alunos as Escolas Municipais Alvarenga Peixoto, Maria Gouveia Saad e Martiliano José de Gouveia e Estaduais São Francisco de Assis e José Ezequiel de Queirós.
A simulação se deu em torno de um hipotético —porém, provável — caso de demolição de um bem cultural tombado. O bem é um edifício histórico, destruído para dar lugar a um shopping, por determinação de uma prefeita municipal.
O evento foi extremamente concorrido, tendo que ser reeditado duas vezes para que todos os interessados (pais, alunos, professores e familiares) pudessem assisti-lo. O juri simulado contou com a ilustre presença da Promotora Dra. Silvânia Costa. ‘Patrimônio’ e ‘Culturinha’, os embaixadores da cultura de Canápolis, também participaram, causando uma grande movimentação junto aos alunos que queriam selfies com os personagens o tempo todo.
O objetivo do evento foi promover a conscientização dos alunos para a importância da preservação dos bens culturais (materiais e imateriais) do município, bem como deixar claro os papéis do Conselho Municipal de Cultura, do envolvimento ativo e fiscalizador da comunidade, além da atuação do Ministério Público. Ressalte-se aliás, a brilhante explanação do papel do MP aos alunos pela Sra. Promotora, Dra. Silvânia Costa.
A Diretora da Casa de Cultura de Canápolis, Profª Alessandra Pidruca, ficou surpresa com a atuação dos alunos:
— É impressionante como os alunos encarnaram os personagens! Isso mostra o quanto ações de educação e conscientização como essa, somada ao esforço e participação de entidades e órgãos dos 3 Poderes mudam a mentalidade, trazem esclarecimento e auxiliam a sociedade a ampliar seu grau de civilidade e desenvolvimento social. Nada mais adequado à missão da Casa de Cultura e nada mais recompensador do que gerar cidadãos preparados para o futuro!
O Prefeito de Canápolis, Ualisson Carvalho Silva, também acentuou a relevância de eventos deste tipo:
— O compromisso de minha Administração é não apenas desenvolver novos programas, mas valorizar o que temos de melhor. E nossa cultura e tradições nos colocam como únicos, tanto na região como em todo o Brasil. É por isso que apoio integralmente eventos que preservem e valorizem nossa identidade, pois com ele preparamos as futuras gerações para continuarem o legado de Canápolis. Estão de parabéns os alunos e a equipe da Casa de Cultura pela brilhante iniciativa. Minha gratidão a todos os que apoiaram o juri simulado, em especial à Sra. Promotora, Dra. Silvânia Costa pelo apoio incondicional que nos prestou e pela palestra dada aos nossos alunos.
A Casa de Cultura continuará a promover a valorização da cultura local, suas tradições e seu patrimônio material e imaterial. É a melhor forma de servir ao município, justificar seu papel institucional e honrar a confiança depositada em sua equipe, em seus esforços e em sua atuação dedicada e vibrante.