O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou na noite desta sexta-feira (2) que o juiz Antônio Fortes de Pádua Neto, de Pará de Minas, na região Centro-Oeste do Estado, encaminhou ao presídio Pio Canedo um novo alvará de soltura para Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, de 32 anos.
O detento, condenado em novembro de 2012 pela morte da modelo Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, já tinha conseguido na Justiça um alvará de soltura nessa quinta-feira (1º). A expectativa da advogada Fabiana Cecília Alves, responsável pela defesa de Macarrão, era a de que seu cliente deixasse o presídio na noite dessa quinta ou na madrugada desta sexta. Entretanto, ele não foi liberado da penitenciária, pois tinha um mandado de prisão em aberto no Rio de Janeiro.
Fabiana explicou que o mandado foi cumprido em 2010, no entanto, não teve baixa no sistema da Polícia Civil. “Quando fizeram a consulta no Setarin (setor da Polícia Civil responsável por manter o acerco de mandados de prisão) constou esse impedimento. Isso é muito corriqueiro, costuma sempre acontecer”, esclareceu a advogada.
Na manhã desta sexta, a advogada fez um requerimento ao juiz pedindo a baixa do mandado de prisão. “Assim que eu manifestei o juiz já providenciou a baixa desse impedimento e enviou um e-mail para a comarca do Rio de Janeiro”, disse.
A defesa de Macarrão agora aguarda uma nova consulta ao Setarin para que Macarrão seja liberado. Segundo a advogada, ele teve os direitos do regime semiabertos suspensos enquanto aguarda a soltura. “Ele está muito ansioso e com medo de demorar porque como estava gozando do benefício do trabalho externo, quando é expedido o alvará esse trabalho externo é suspenso, e se ele tiver saída temporária prevista, não pode sair. Tendo em vista esse processo sde soltura todos os benefícios são suspensos”, comentou.
Deixou de ser “Maka” e virou Luiz
Uma tatuagem nas costas de Macarrão com a inscrição “Bruno e Maka. A amizade nem a força do tempo irá destruir amor verdadeiro” chamou a atenção quando ele tirou uma foto sem camisa para o registro no sistema penitenciário, em 2010. O apreço pelo ex-goleiro, no entanto, não resistiu aos anos na prisão.
A advogada de Macarrão disse que o cliente pretende apagar a tatuagem do corpo assim que deixar a penitenciária. “Ele ainda tem essa tatuagem e tem muita vontade de tirar”, ressaltou. “Eles não são mais amigos. Não sei dizer ao certo o que aconteceu. É uma questão pessoal. Acredito que tem relação com um desentendimento quando os dois ainda estavam presos juntos na Nelson Hungria, em Contagem”, completou.
Conforme Fabiana, Macarrão não quer mais ser conhecido pelo apelido. “Ele agora deixou de ser o Maka e virou o Luiz. Quer continuar estudando, trabalhando e agora com a soltura vai procurar um emprego melhor”.
Futuro longe das grades
O desejo do futuro ex-presidiário é trabalhar na concessionária Águas de Pará de Minas, empresa responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto do município. A advogada de Macarrão conta que no período em que esteve no presídio Pio Canedo ele fez diversos cursos profissionalizantes que o capacitaram para a vida fora de uma cela.
“Ele aprendeu sobre formação de grupo de trabalho, mobilização social, sistema de informação para auxílio, prospectiva de saneamento. Foram vários cursos. O comportamento dele na prisão foi excelente”, destaca.
Macarrão se casou no ano passado, enquanto cumpria o regime semiaberto. A identidade da mulher dele foi preservada pela advogada. Contudo, ela revelou que a parceira de Romão é adepta da Igreja do Evangelho Quadrangular. “Não sei se ele segue a religião, mas trabalhou enquanto estava preso em uma igreja. Lavou banheiro, fez faxina e serviços de banco. Ajudou bastante por lá”, confidenciou.
Assista entrevista com advogada de Macarrão: