Para o prefeito Alexandre Kalil (PHS) os novos casos de ônibus incendiados em Belo Horizonte, como os que aconteceram nessa terça-feira nos bairros Jardim Leblon e Céu Azul, ocorreram por causa de falhas do sistema judiciário.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27) para anunciar estratégias da prefeitura contra esses crimes, Kalil afirmou que 86% dos incendiários que foram presos em BH entre 2017 e 2018 já foram soltos pela Justiça.
“Recebi hoje um dado da Polícia Militar que a população não sabe. A PM prendeu 68 incendiários de ônibus em BH. Pasmem senhores, foram 68 presos. E 86% por cento deles já estão soltos pelo poder judiciário. Voltaram as ruas para continuar colocando fogo. Isso não é ficção. O coronel tem o nome de todos eles”, disse o prefeito.
Segundo o comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, o coronel Helbert Figueiró de Lourdes, que também participou da coletiva, a corporação faz a parte dela, que é prender os bandidos, mas o judiciário determina a liberação desses criminosos depois de pouco tempo.
De acordo com ele, apenas os incendiários que já têm passagens pela polícia por outros crimes mais graves continuam atrás das grades.
“Conforme esse percentual apresentado pelo Kalil, os 14% que ainda estão presos seguramente tem prontuários mais graves e por isso continuaram presos”, pondera o coronel.
A estratégia anunciada pela prefeitura para combater esses crimes é a criação de um canal específico dentro do serviço de denúncia por telefone 181, para que os moradores possam, de forma anônima, apontar os criminosos que planejam novos incêndios a coletivos.
“Espero que as comunidades protejam os ônibus assim como protegem as creches e hospitais. No 181 vamos ter um atendimento especial para que a denúncia parta da comunidade”, destaca Kalil.
Ciente de que nas comunidades alguns moradores não denunciam os bandidos por medo de retaliações, Figueiró ressaltou que as denúncias feitas pelo 181 São anônimas e não identificam nem mesmo a origem da ligação.
“O 181 que todo mundo já conhece vai ter uma canalização de informações desses casos. A gente precisa que a população, que é a principal prejudicada, contribua com a polícia militar porque a denúncia é anônima. A ligação não é identificada”, finaliza.