O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), retirou nesta segunda-feira (5) a proposta de assumir a gestão administrativa, técnica e financeira do hospital Sofia Feldman, controlado pela Fundação de Assistência Integral à Saúde (Fais).
A intenção da prefeitura era a de auxiliar a maternidade, localizada no bairro Tupi, na região Norte da capital, que enfrenta mais uma crise financeira, dessa vez, com um deficit de R$ 1,5 milhão por mês. No entanto, representantes do conselho do hospital rejeitaram a assistência da forma como foi proposta pelo poder público. Eles desejavam apenas o suporte financeiro.
Na última terça-feira (27), inclusive, a presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Rocha, ressaltou em uma reunião com dirigentes de unidades de saúde filantrópicas de BH que a prefeitura não tem respaldo legal para administrar o Sofia Feldman. Para isso, ela citou a Constituição, ao lembra que o poder público não poder intervir em associações ou fundações de direito privado.
Em uma carta divulgada pela prefeitura, destinada ao presidente do conselho curador da Fais, João Batista Marinho de Castro Lima, Kalil pede desculpas pelo o que ele chama de “atrevimento por propor uma ajuda espontânea, de boa fé e até mesmo extemporânea para resolver definitivamente a pequena crise momentânea pela qual passa o Sofia Feldman”.
No ofício, Kalil ainda diz que na proposta da prefeitura estariam contempladas todas as exigências formais e legais para assumir a gestão do hospital. Além disso, ele afirma que determinou à Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) que seja feito uma antecipação de recursos mensais da prefeitura ao Sofia Feldman.
A direção do hospital foi procurada na noite desta segunda, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso.
O Sofia Feldman, que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é uma maternidade referência no Brasil. Os profissionais da unidade realizam de 900 a 1.000 partos por mês.